Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (Sep 2011)

MELANOMA MALIGNO ASSOCIADO A NEVO MELANOCÍTICO

  • Joana Gomes,
  • Joana Parente,
  • Lurdes Ferreira,
  • Isabel Viana,
  • Esmeralda Vale

DOI
https://doi.org/10.29021/spdv.69.3.77
Journal volume & issue
Vol. 69, no. 3

Abstract

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Objectivo: Determinar a frequência da associação de melanoma maligno com nevo melanocítico e avaliar diferenças clínicas e histopatológicas entre melanomas malignos associados a nevo (MAN) e melanomas de novo (MN). Material e Métodos: Revisão retrospectiva dos casos de melanoma cutâneo diagnosticados e tratados no período de 2001 a 2009 no Centro de Dermatologia Médico-Cirúrgica de Lisboa. Resultados: Foram incluídos no estudo um total de 397 melanomas, 52,6% do sexo feminino e 47,4% do masculino. Destes melanomas apenas 9,3% estavam histologicamente associados a nevo melanocítico, havendo um predomí- nio discreto de casos no sexo feminino (54%, p=0,033). Verificamos que no grupo dos MAN a média de idades foi ligeiramente inferior (56,5vs59,3 anos, p=0,577). O tronco foi a localização preferencial de todos os melanomas (42,1%, p=0,005). Histologicamente o subtipo mais frequentemente associado a nevo foi o melanoma de exten- são superficial. Os MAN eram menos espessos (1,42 vs 2,13 mm nos MN, p=0,030), sobretudo no sexo feminino (0,99mm, p=0,031). O índice de Breslow e a ulceração correlacionaram-se de forma estatisticamente significativa com a ocorrência de metastização e com a mortalidade. Conclusões: A maioria dos melanomas surge de novo. No nosso estudo, os MAN eram mais frequentes no sexo feminino, em idades mais jovens, localizavam-se sobretudo no tronco e estavam associados a uma espessura menor e ao subtipo histológico de extensão superficial. PALAVRAS-CHAVE – Melanoma; Nevo Melanocítico.