Acta Scientiarum: Language and Culture (Nov 2009)

<b>A poesia ‘é-sou’ negra</b> - DOI: 10.4025/actascilangcult.v32i1.5811

  • José Luis Pires Laranjeira

DOI
https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v32i1.5811
Journal volume & issue
Vol. 32, no. 1

Abstract

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Os diversos cânones da poesia brasileira não contemplam a poesia negro-brasileira como deveria ser. Sendo o poeta Luiz Gama ainda hoje menosprezado, em comparação com Castro Alves, é necessário, pois, colocá-lo no seu verdadeiro lugar de significação. Porém, esse esforço deve servir também para compreender que Gama, na sua poesia, ainda mostra alguma conformidade com certos preconceitos rácicos próprios do século XIX e que se encontram, por exemplo, em poetas angolanos. Já o poeta Solano Trindade, devido à sua formação ideologicamente comprometida com os pobres e miseráveis da sociedade, trata o negro como um ser social, econômico e cultural de corpo inteiro, concepção aprofundada por Cuti, que, finalmente, deixa de apelidar o mestiço de mulato, segundo a conformidade com o Movimento Negro. Por outro lado, é um poeta da modernidade mais avançada, quer formalmente, quer atingindo o âmago do subconsciente negro, ao versar o seu sofrimento íntimo, de modo inédito.

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