Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (Apr 2013)

RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS EM NEISSERIA GONORRHOEAE – PASSADO, PRESENTE E FUTURO

  • Ermelindo Tavares,
  • Cândida Fernandes,
  • Maria José Borrego,
  • Ana Rodrigues,
  • Jorge Cardoso

DOI
https://doi.org/10.29021/spdv.70.4.102
Journal volume & issue
Vol. 70, no. 4

Abstract

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Introdução: A resistência aos antibióticos em Neisseria gonorrhoeae tem-se revelado um importante problema de saúde pública mundial, estando a levantar grandes dificuldades em termos de opções terapêuticas em alguns países. Objectivo: Rever o panorama (nacional e internacional) da resistência aos antibióticos em Neisseria gonorrhoeae. Material e Métodos: Pesquisa de artigos em revistas nacionais e internacionais (estas últimas com in- dexação na Pubmed/Medline e redigidas em inglês). Utilizaram-se como palavras-chave: “Neisseria gonorrhoeae antibiotic resistance”. Resultados: As cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxone e cefixima), associadas ou não à azitromicina, substituíram as fluoroquinolonas como fármacos de primeira linha no tratamento da gonorreia. Os rela- tos de resistência às cefalosporinas são ainda relativamente escassos; contudo, o aumento da concentração inibitória mínima (CIM), traduzido pela diminuição da sensibilidade a esta classe de antibióticos, tem vindo a ser regularmente descrita. Por outro lado, a resistência à azitromicina foi relatada em vários países. Em Portugal, já foram reportados casos de Neisseria gonorrhoeae resistentes à azitromicina mas não às cefalosporinas. Porém, estirpes com diminuição da sensibilidade às cefalosporinas foram já detetadas. Conclusão: Novas alternativas terapêuticas são indispensáveis para o tratamento das infeções por Neisseria gonorrhoeae, bem como condutas adequadas por parte dos médicos e dos doentes e seus contactantes. PALAVRAS-CHAVE – Antibióticos; Resistência antibiótica; Neisseria gonorrhoeae; Guideline.