Cadernos NAUI (Jan 2020)
“Porque lá no fundo parecemos todos iguais, não é?”: sociabilidades e apanha de amêijoa na cidade do Barreiro
Abstract
Na Margem Sul do rio Tejo, a apanha de amêijoa-japonesa representa uma oportunidade de rendimento e uma estratégia informal de subsistência praticada por migrantes e não migrantes. Com base num estudo etnográfico desenvolvido entre 2017 e 2018 nas praias fluviais da cidade do Barreiro, este artigo aponta para uma reflexão que procura compreender o que é construído em termos de adaptações de vida e convivialidades entre apanhadores com percursos de vida distintos numa situação comum de instabilidade. Questiona-se, por isso, de que forma estes apanhadores gerem as suas vidas apesar das contingências sociais e econômicas que nos direcionam para o atual estado da economia global.