Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

OR-13 - ANÁLISE DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE ADOECERAM APÓS A VACINAÇÃO PARA COVID-19

  • Danielle R. Miyazawa Ferreira,
  • Giovanna Pais G. Esteves,
  • Melissa Caroline G. Prestes,
  • Ana Sofia Vilas Boas Simões,
  • Victoria Davanço,
  • Gabriela Valente R. Watanabe,
  • Tatiane Selister Barbosa,
  • Jaqueline Dario Capobiango

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 103890

Abstract

Read online

Introdução: Profissionais de saúde têm alta exposição ao SARS-CoV-2, portanto, o Ministério da Saúde (MS) preconiza uma dose de reforço anual da vacina para profissionais vacinados com esquema completo para COVID-19. Porém, ainda não está claro o tempo de proteção da vacina para os diversos profissionais. Objetivo: Avaliar o perfil de adoecimento de profissionais de saúde com o decorrer do tempo após a vacinação para COVID-19. Método: Coorte retrospectiva que analisou profissionais de saúde com sintomas respiratórios atendidos em um ambulatório de um hospital terciário, entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021. A amostra incluiu profissionais com esquema vacinal completo ou incompleto para COVID-19 e que apresentaram testes de detecção viral positivos (PCR ou antígeno) para SARS-CoV-2 na evolução, até 31 de dezembro de 2023. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética (parecer: 4.084.024). Resultados: De 2.312 profissionais atendidos, 1.013 foram incluídos, sendo 71,2% mulheres. A mediana de idade foi 44 anos (20 - 88). Receberam esquema vacinal completo 92,3%. Os profissionais com idade maior ou igual a 60 anos tiveram mais esquema incompleto, em comparação com aqueles com idade inferior a 60 anos. Do total, 67,6% negaram ter comorbidades, 9,9% apresentam hipertensão arterial, 7,0% obesidade e 3,9% asma. 453 pacientes positivaram após a segunda dose e 634 após a terceira. A mediana de tempo para adoecer após a terceira dose foi de 207 dias em profissionais com mais de 60 anos e de 161 dias para o grupo com menos de 60 anos. A mediana para a positividade após a segunda dose da vacina foi de 139 dias (primeiro e terceiro quartil em 94 e 196 dias, respectivamente). Após a terceira dose, a mediana para positividade foi 176 dias (primeiro quartil em 95 e terceiro em 281 dias). Portanto, com 3 doses houve aumento de tempo de proteção de 37 dias em relação a 2 doses. Considerando os pacientes que tomaram a terceira dose em um período de até 281 dias, a vacina foi 70% mais protetora em homens com comorbidades, sendo que mulheres com comorbidades tiveram 2,5 vezes mais chance de adoecer em comparação aos homens. Conclusão: Os profissionais de saúde apresentaram elevada adesão ao esquema vacinal completo. O tempo de positividade após a vacinação corroborou com a recomendação de doses com intervalo de 6 meses. No entanto, é importante continuar monitorando e analisando esses profissionais para melhor compreensão da eficácia das vacinas e implementação de políticas de vacinação direcionadas aos grupos especiais.