Clinical and Biomedical Research (Jul 2022)

ACALASIA NA DOENÇA DE CHAGAS É DIFERENTE DE ACALASIA IDIOPÁTICA? EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

  • DANIELA G. DA COSTA,
  • SÉRGIO GABRIEL S. DE BARROS,
  • ANTÔNIO CARLOS GRÜBER,
  • ANTÔNIO DE B. LOPES,
  • MARIO LUIZ C. FILHO,
  • CARMEN P. F. FREITAG,
  • HELENICE P. BREYER,
  • CRISTINA A. ARRUDA,
  • GABRIEL G. BARLEM,
  • HELENA A. S. GOLDANI

Journal volume & issue
Vol. 22, no. 2

Abstract

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Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo avaliar as diferenças entre a acalasia chagásica e a idiopática em pacientes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, através da análise de achados epidemiológicos, clínicos, radiológicos e manométricos. Métodos: Foram estudados pacientes encaminhados ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre, entre novembro de 1996 e dezembro de 2001, com suspeita de acalasia, posteriormente, confirmada por manometria esofágica. Além das características manométricas e radiológicas, os pacientes foram avaliados quanto a idade, sexo, sintomas e tempo de evolução. Resultados: Entre 51 pacientes, nove (18%) tiveram sorologia positiva para doença de Chagas e 42 (82%) sorologia negativa. Indivíduos com sorologia negativa foram considerados portadores de acalasia idiopática. Pacientes com acalasia chagásica tinham média de idade de 62 ± 15 anos e os com idiopática 43 ± 18 anos (P < 0,02). O período de evolução dos sintomas em pacientes com acalasia chagásica foi de 74 ± 47 meses e nos idiopáticos 49 ± 35 meses (P < 0,05). Disfagia, regurgitação, dor torácica e emagrecimento, valores do esfíncter esofágico inferior (pressão basal, pressão e duração de relaxamento pós-deglutição e comprimento total) e do corpo esofágico (amplitude e duração das ondas pós-deglutição) foram similares em ambos os grupos. Conclusões: As únicas diferenças estatisticamente significativas encontradas entre os dois grupos foram a média de idade e o período de evolução dos sintomas, maiores nos pacientes chagásicos. Esses dados permitem especular sobre uma maior tolerância aos sintomas nos pacientes com idade mais avançada.

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