Revista Arqueologia Pública (Jun 2015)

Redomas de vidro: relações entre tato, cultura material e práticas de institucionalização

  • José Roberto Pellini

DOI
https://doi.org/10.20396/rap.v8i1.8635679
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 1[9]

Abstract

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Uma pergunta costuma me atormentar, dada sua aparente obviedade: porque não podemos tocar os objetos em museus? Podemos ver, podemos olhar, mas não podemos interagir com a cultura material institucionalizada. Por quê? Embora a resposta mais óbvia seja a de que o toque pode resultar na destruição dos objetos, acredito que haja algo mais profundo envolto nessa questão, que é a construção do tato como o sentido do inculto, do selvagem. Nesse sentido, tocar ou não tocar estabelece um jogo de autoridade que define o Eu e o Outro. Ao mesmo tempo, ao se excluir a possibilidade da interação corporal com os objetos, limita-se o entendimento do público e perpetua-se um modelo específico de entender o mundo.

Keywords