Princípios (Sep 2018)

Teoria do poder como teoria da cidadania

  • Odilio Alves Aguiar

DOI
https://doi.org/10.21680/1983-2109.2018v25n48ID13747
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 48
pp. 171 – 194

Abstract

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O ensaio pretende realizar uma leitura da obra Política (Πολιτικών), de Aristóteles, a partir de uma chave interpretativa que está sugerida na obra de Hannah Arendt. A ideia é compreender a proposta de Aristóteles sobre a fundamentação da cidade (Πόλις), baseada na categoria cidadão (πολίτης). Para iluminar esse caminho, seguindo a trilha de Arendt, explanaremos o interesse comum (κοινή σύμφερον), em Aristóteles, significando convivência, vida em conjunto. Essa direção nos conduziu à mudança no entendimento a respeito do melhor regime (Τῆν ὰρίστην πολιτέιας) para a cidade. A preocupação aristotélica passa do regime perfeito e excelente (τελείαν πολιτέιαν) para estabilidade (ασφαλέια) da cidade. Essa mudança realizou-se na medida em que o pensador percebeu a vida comum como essencialmente plural. A assimilação das várias partes da cidade no regime, isto é, na distribuição do poder, é um dos principais requisitos para se alcançar a estabilidade. O regime identificado por Aristóteles, que melhor representa essa perspectiva, é o regime misto, assunto a ser abordado na última parte deste ensaio.

Keywords