Revista Uningá (Jun 2011)
Injúrias Físicas Sofridas por Mulheres: Prevalência Registrada no IML de Maringá-PR
Abstract
Os fatos documentados na atualidade sugerem que as lesões mais sofridas por mulheres não são acidentais, mas sim ocasionadas por atos de violência de várias origens, sendo as principais a agressão física, sexual e psicológica. Este estudo objetivou caracterizar as injúrias físicas sofridas pelo gênero feminino, destacando fatores sociodemográficos relacionados. Trata-se de um estudo documental, quantitativo, realizado em 852 laudos do Instituto Médico Legal (IML) do município de Maringá-PR, referentes ao ano de 2006. Idade, estado civil e padrão educacional foram consideradas variáveis sociodemográficas. Para variáveis lesionais considerou-se a “região do corpo acometida”, a “origem/natureza da injúria” e a “ocorrência de abuso sexual”. A análise dos dados ocorreu de forma descritiva e por tabelas de contingência entre variáveis sociodemográficas e lesionais. Os resultados demonstraram que as lesões ocorreram predominantemente na faixa etária de 20 a 39 anos (50% dos casos), em mulheres sem companheiro (75,7%) e com ensino fundamental incompleto (36,7%). Além disso, a região mais acometida foi cabeça/face (45,7%), sendo a agressão física (79,2%) a origem mais comum. A grande maioria (90,9%) não sofreu abuso sexual, porém o abuso se mostrou associado estatisticamente a menor padrão educacional (χ2= 13,0; p<0,05), crianças (χ2= 72,4; p<0,0001) e adolescentes (χ2= 36,1; p<0,0001). Da análise realizada, conclui-se que mulheres adultas, sem companheiro e de baixo padrão educacional representam um perfil de risco para agressão, que crianças e adolescentes representaram a opção de escolha para abuso sexual e os traumatismos maxilofaciais são fequentes, e representam uma importante relação entre a Odontologia e a violência contra a mulher.