Brazilian Journal of Transplantation (Sep 2021)

ANTíGENOS HLA ESTÃO ASSOCIADOS A RISCO DE DIABETES MELLITUS PÓS-TRANSPLANTE?

  • Débora Dias de Lucena,
  • Renato de Marco,
  • João Roberto de Sá,
  • José Osmar Medina-Pestana,
  • Maria Gerbase-DeLima,
  • Érika Bevilaqua Rangel

DOI
https://doi.org/10.53855/bjt.v24i1.2
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 1

Abstract

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Introdução: Diabetes mellitus pós-transplante (DMPT) tem impacto na morbidade e na mortalidade em receptores de transplante renal, uma vez que aumenta o risco de complicações cardiovasculares e de perda do enxerto renal. Os fatores de risco para DMPT podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Ainda há controversas sobre a influência do sistema de antígenos leucocitários humanos (Human Leukocyte Antigens ou HLA) no risco de DMPT. Objetivo: Verificar prevalência para DMPT e sua relação com fatores genéticos. Métodos: Foram avaliados 450 pacientes submetidos ao transplante renal e realizada a investigação quanto à associação entre antígenos HLA-A, -B e -DR e DMPT. As frequências dos antígenos HLA-A, -B e -DR foram comparadas entre receptores com e sem diagnóstico de DMPT, ao longo de três anos após o transplante. Resultados: Na população de estudo, 60% eram do sexo masculino, 47,2% eram negros e 57,8% receberam rim de doador falecido. DMPT foi diagnosticado em 61 pacientes (13,5%), 315 (70%) permaneceram com níveis glicêmicos normais e 74 (16,5%) desenvolveram glicemia de jejum alterada. Associações positivas de DMPT foram observadas em relação aos antígenos HLA-A23 (18% vs 8,7%, P=0,024) e HLA-A29 (13,1% vs 5,1%, P=0,017) e associação negativa com o antígeno HLA-A68 (4,9% vs 14,1%, P=0,046). Conclusão: Encontramos relação estatística entre DMPT e HLA- A23, HLA-A29 e HLA-A68, porém, estudos com maior número de indivíduos são necessários para comprovar definitivamente a associação entre antígenos HLA e o risco de DMPT.

Keywords