Voluntas (Apr 2019)
Processamento preditivo: a representação nos olhos de quem vê
Abstract
Desde os anos 90, a corporeidade vem ocupando um papel cada vez mais central nas explicações das ciências cognitivas. Com isso, surgiram críticas contundentes, tanto do ponto de vista empírico quanto conceitual, à suposição de que a representação é a marca do mental. Apesar disso, cientistas cognitivos parecem relutar em desfazer-se do vocabulário representacionalista. Este artigo tenta lançar luz sobre a questão do suposto representacionalismo de um dos principais paradigmas das ciências cognitivas, o Processamento preditivo, revisando argumentos pela interpretação não-representacionalista de alguns de seus pontos, assim resgatando a ideia avançada pelas teorias da cognição corporificada segundo a qual a atividade exploratória de um organismo em seu ambiente não exige a geração de modelos representacionais acerca do ambiente.
Keywords