Saberes Plurais (Aug 2023)

EXPLORANDO AS VARIAÇÕES QUANTITATIVAS DO DIAGNÓSTICO DE LESÕES ORAIS E AS POSSIBILIDADES DA TELEODONTOLOGIA EM TEMPOS DE PANDEMIA

  • Thiago de Albuquerque e Silva,
  • Maria Ercília de Araújo

DOI
https://doi.org/10.54909/sp.v7i2.132212
Journal volume & issue
Vol. 7, no. 2
pp. e132212 – e132212

Abstract

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Durante a pandemia de COVID-19, a Teleodontologia (TO) foi uma estratégia para continuidade da atenção à saúde bucal propiciando orientações, educação em saúde e monitoramentos, além do diagnóstico de lesões orais. Entretanto, aferir se essas lesões foram diagnosticadas em teleconsultas nas bases de dados governamentais não é preciso. Nesse âmbito, o estudo analisou o papel da TO, por meio das variações quantitativas no diagnóstico de Alteração de Tecido Mole (ATeM) no Brasil e suas macrorregiões, com intuito de debater suas possibilidades e limites. Para dimensionar a queda no acesso, as primeiras consultas odontológicas (PCO) foram elencadas. As PCO e ATeM foram coletadas no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021. A análise foi realizada pelos testes de Friedman e Post-Hoc Durbin-Conover, com nível de significância de 5%. Para facilitar a interpretação, as informações foram tabuladas pelas diferenças percentuais estatisticamente significantes. Como resultado, em 2021, as medianas das PCO no Brasil permaneceram baixas em grande parte do território (-35,73 %, p<0,001), mas as ATeM voltaram aos níveis de 2019 (+2,47% em 2021, p=1,0). A mediana da ATeM da região Sul foi a única com redução não estatisticamente significante em 2020 (-19,67%, p=0,064) e com aumento significativo em 2021 (+15,08%, p=0,011). É provável que a ampliação do uso da TO no Brasil e a experiência prévia em Telessaúde na região Sul tenham contribuído para a manutenção de diagnóstico das ATeM durante a pandemia. A TO fornece diagnósticos favoráveis no manejo das ATeM, com baixos custos e boa aceitação entre pacientes e profissionais. No entanto, são necessários investimentos estruturais nas unidades de saúde, fornecimento de rede digital, na capacitação técnica e humanizada das equipes de saúde para as teleconsultas e a participação integrada das Instituições de Ensino Superior nos serviços de saúde.

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