Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

KLEBSIELLA PNEUMONIAE PRODUTORAS DE CARBAPENEMASES (KPC) NO RIO DE JANEIRO: FREQUÊNCIA DOS GENES BLAKPC, BLANDM, BLAOXA-48, MCR-1 E ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) DE POLIMIXINA B PELO TESTE DE MICRODILUIÇÃO EM CALDO NAS AMOSTRAS

  • Leandro Augusto Ledesma,
  • Camille Alves Brito de Moura,
  • Samara Sant´Anna de Oliveira,
  • Lilian Torres Rodrigues Oliveira,
  • Silvia Maria Araujo,
  • Raynner Betzel Reetz,
  • Hugo Henrique Alves Ferreira,
  • Julio Cesar Delgado Correal,
  • Claudio Marcos Rocha,
  • Gerson Gatto de Azevedo Coutinho,
  • Paulo Viera Damasco

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102253

Abstract

Read online

Introdução: A infecção associada assistência de saúde (IASS) por KPC é um desafio no manejo clínico. Atualmente temos poucos antimicrobianos (ATM) com atividades anti-KPC. Objetivo: Avaliar a presença dos genes de resistência e o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos em amostras KPC. Material e Método Estudo descritivo, de amostras de KPC de hospitais da Cidade do Rio de Janeiro. A identificação e os testes de sensibilidade aos ATM foram realizados pelo sistema de automação, Phoenix M-50 (Becton Dickinson), do laboratório desta instituição. Após notificação a ANVISA as 43 amostras clínicas de KPCs foram encaminhadas ao laboratório de pesquisa. Neste centro de referência as amostras foram confirmadas como KPC por testes moleculares, PCR “in house”. As CIM de polimixina B (poli-B) foram realizadas por microdiluição em caldo, pesquisamos os genes blaKPC, blaNDM, blaoxa-48 e mcr-1. Resultados: De janeiro a junho de 2021 foi gasto 290 milhões de dólares com antimicrobianos. No primeiro semestre foram notificados 43 pacientes com IAAS por KPC. A média de idade dos pacientes foi de 71,0 anos e 58,0% mulheres. Os principais focos de IAAS foram: foco urinário (65,1%), pulmonar (16,2%), hematogênico (11,6%) e ósseo (2,3%). A frequência do gene blaKPC+ foi de 65,1%,e o blaNDM+ em 23,2%. Neste estudo, não foram encontrados o gene blaoxa-48 ou mcr-1. Em relação à poli-B, o valor médio da CIM foi de 70,2 µg/mL para todas as amostras. A CIM de poli-B das amostras blaKPC e blaNDM foi 88,2 µg/mL, 34,0 µg/mL, respectivamente. A sensibilidade do grupo classificado como NDM+ para poli-B, gentamicina (GENTA), amicacina (AMICA), tigecliclina (TIGE), CAZ-AVI foi de: 80%, 50%, 50%, 20% e não suscetível, respectivamente. Por outro lado, para grupo blaKPC+, a sensibilidade encontrada à GENTA, AMICA, CAZ-AVI, TIGE, poli-B foi de 67%, 67%, 96,4%, 53% e zero, respectivamente. Dez amostras blaKPC+ identificadas na urina e resistentes à poli-B, 100% foram sensíveis aos aminoglicosideos e a CAZ-AVI. Infecção do grupo blaKPC+ tem um maior risco de resistência à poli-B quando comparado ao grupo da NDM (RR= 5,0; IC 95% 1.448 - 17.627; p= 0,00001). Conclusão: A ocorrência de genblaKPC+ e blaNDM foi de 65,1% e 23,2%, respectivamente. De 28 infecções por blaKPC+,94,4% foram sensíveis à CAZ-AVI, 67% sensíveis a GENTA e AMICA, todas resistentes à poli-B. Dez amostras NDM 80% foram sensíveis a poli-B, 40% sensíveis aos aminoglicosídeos e todas resistentes a CAZ-AVI.