Historia Ambiental Latinoamericana y Caribeña (Apr 2021)

Fronteiras, ambientes e paisagens na formação do espaço colonial do Brasil e na construção do território nacional alemão (séc. XVIII e XIX)

  • Antonio José Alves de Oliveira,
  • Giovana Zamboni Rossi

Journal volume & issue
Vol. 11, no. 1

Abstract

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Durante a segunda metade do século XVIII a ideia de “fronteira natural” ocupava um lugar importante no pensamento social, ajudando a tecer importantes considerações no avanço sistemático sobre o mundo colonial e na formação e legitimação dos territórios coloniais. Esforço que causa estranhamentos entre sujeitos e paisagens sempre novas ou insubmissas. No século XIX, na Europa, o pensamento romântico toma o conceito de fronteira como bordas e limites entre territórios e constrói mitologias de identidades radicais entre ambientes, paisagens e sujeitos na transformação dos estados modernos em estados nacionais, comunidades imaginadas, ancoradas numa tradição que se quer longínqua. Neste trabalho buscamos traçar algumas notas de pesquisa comparando os processos históricos da formação do espaço colonial do Brasil e na construção do território nacional alemão. Pensando os conceitos de fronteira, território e paisagem, intentamos perceber qual o papel que a “fronteira” ocupa nesses processos, como os narradores elencam o mundo natural em suas narrativas e finalmente de que maneira as narrativas construídas em torno de tais conceitos geram efeitos nas relações entre os sujeitos e os territórios. Consideramos igualmente perceber o esforço de fechamento das fronteiras no mundo colonial e no âmbito nacional como faces de um mesmo processo histórico na modernidade que possui suas reverberações na construção do sentimento nacional por um lado e, por outro lado, no vínculo ambíguo de estranhamento e alteridade da relação com a paisagem e com o mundo natural no mundo colonial.

Keywords