Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício (Mar 2019)
Associação da composição corporal e capacidade cardiorrespiratória em corredores de rua
Abstract
Evidências demonstram que a idade, o gênero, a composição corporal e os níveis nutricionais podem influenciar na aptidão cardiorrespiratória do indivíduo. Contudo, a relação entre essas variáveis e a capacidade cardiorrespiratória máxima (VO2máx) de corredores de longa distância ainda é pouco explorada. Assim, nós objetivamos analisar a relação entre composição corporal, aspectos nutricionais e gênero com o VO2máx de corredores de longa distância. Realizamos um estudo transversal com 28 praticantes de corrida de rua (14 mulheres e 14 homens; 38,2±9,5 anos de idade). Foi utilizado o teste ergoespirométrico em esteira rolante para mensuração do VO2máx e frequência cardíaca máxima (FCmáx). A gordura relativa (%G) foi mensurada por sete dobras cutâneas. Foi aplicado recordatório alimentar de 24h para verificar o consumo alimentar dos participantes. Teste t ou Wilcoxon para amostras independentes, ANOVA de medidas repetidas (post-hoc de Bonferroni) e correlação de Pearson foram utilizados para análise estatística (p<0,05). O VO2máx foi menor e o %G foi maior no grupo feminino versus o masculino (p<0,001 para ambas comparações). O VO2máx correlacionou-se inversamente com o %G (r=-0,655; p<0,001) e com o somatório de sete dobras cutâneas (r=-0,599; p=0,001). Aumento da idade dos atletas se correlacionou positivamente com o %G (r=0,401; p=0,047), mas não com o VO2máx. Estratificado por gênero, as correlações se mantiveram apenas para o grupo masculino. Concluímos que a gordura relativa influencia inversamente no VO2máx somente para o gênero masculino. Independente do gênero, o volume total e semanal de treinamento parece não interferir no VO2máx e nos níveis de gordura relativa.