Revista Brasileira de Anestesiologia (Aug 2004)

Bloqueio pleural bilateral: analgesia e funções pulmonares em pós-operatório de laparotomias medianas Bloqueo pleural bilateral: analgesia y funciones pulmonares en pós-operatorio de laparotomias medianas Bilateral pleural block: analgesia and pulmonary functions in postoperative of median laparotomies

  • Karl Otto Geier

DOI
https://doi.org/10.1590/s0034-70942004000400007
Journal volume & issue
Vol. 54, no. 4
pp. 506 – 517

Abstract

Read online

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Não obstante o bloqueio pleural ter sido convertido quase numa panacéia analgésica, resultados contraditórios foram publicados. O objetivo deste estudo foi observar o desempenho analgésico e espirométrico das funções pulmonares no pós-operatório imediato de 21 pacientes com o bloqueio pleural bilateral em laparotomias medianas de urgência. MÉTODO: Bloqueio pleural bilateral foi realizado em decúbito dorsal horizontal em 21 pacientes com 20 ml de bupivacaína a 0,375% com adrenalina a 1:400.000 administrados por cateter em cada hemitórax durante o pós-operatório imediato. Soluções aleatórias de bupivacaína e de solução fisiológica foram administradas por residentes ou enfermeiras que desconheciam o conteúdo das seringas, e seus desfechos analgésicos avaliados de acordo com a escala de dor Prince Henry ao comparar os valores pré e pós-bloqueio pleural bilateral. Em função da dor pós-operatória, testes espirométricos das funções pulmonares também foram determinados mediante espirômetro portátil. RESULTADOS: Analgesia pós-operatória, com duração média de 247,75 ± 75 minutos foi constatada em todos os pacientes com a bupivacaína, embora tenha persistido dor residual de menor intensidade na região suprapúbica em cinco pacientes (8%) e em dois pacientes na apófise xifóide (3,2%). Nenhum efeito analgésico foi obtido com solução fisiológica. Face à dor pós-operatória, as funções pulmonares, avaliadas antes e após os bloqueios, registraram melhora com a bupivacaína na CVF (p JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: No obstante el bloqueo pleural haber sido convertido casi en una panacea analgésica, fueron publicados resultados contradictorios. El objetivo de este estudio fue observar el desempeño analgésico y espirométrico de las funciones pulmonares en el pós-operatorio inmediato de 21 pacientes con el bloqueo pleural bilateral en laparotomias medianas de urgencia. MÉTODO: Bloqueo pleural bilateral fue realizado en decúbito dorsal horizontal en 21 pacientes con 20 ml de bupivacaína a 0,375% con adrenalina a 1:400.000 administrados por catéter en cada hemitórax durante el pós-operatorio inmediato. Soluciones aleatorias de bupivacaína y de solución fisiológica fueron administradas por estudiantes en la práctica o enfermeras que desconocían el contenido de las jeringas, y sus resultados analgésicos evaluados de acuerdo con la escala de dolor Prince Henry al comparar los valores pre y pós-bloqueo pleural bilateral. En función del dolor pós-operatorio, ensayos espirométricos de las funciones pulmonares también fueron determinados mediante un espirómetro portátil. RESULTADOS: Analgesia pós-operatoria, con duración media de 247,75 ± 75 minutos fue constatada en todos los pacientes con la bupivacaína, aunque haya persistido dolor residual de menor intensidad en la región suprapúbica en cinco pacientes (8%) y en dos pacientes en la apófisis xifóide (3,2%). Ningún efecto analgésico fue obtenido con solución fisiológica. De frente al dolor pós-operatorio, las funciones pulmonares, evaluadas antes y después de los bloqueos, registraron mejoría con la bupivacaína en CVF (p BACKGROUND AND OBJECTIVES: Notwithstanding pleural block having become almost an analgesic panacea, contradictory results have been published. This study aimed at observing analgesic and spirometric behavior of pulmonary function in the immediate postoperative period of 21 patients submitted to urgency median laparotomies under bilateral pleural block. METHODS: Bilateral pleural block was induced in the supine position with 20 mL of 0.375% bupivacaine with 1:400,000 epinephrine administered via catheter in each hemithorax during the immediate postoperative period. Randomized bupivacaine and saline were administered by residents or nurses blind to syringes content, and their analgesic outcomes were evaluated according to Prince Henry's pain score by comparing pre and post bilateral pleural block values. As a function of postoperative pain, spirometric tests of pulmonary function were also applied via a portable spirometer. RESULTS: All bupivacaine patients referred postoperative analgesia with mean duration of 247.75 ± 75 minutes although there has been mild residual pain in the suprapubic region of five patients (8%) and in the xiphoid apophysis in two patients (3.2%). No analgesic effect was obtained with saline. Pulmonary function evaluated pre and post-blockade were improved with bupivacaine in FVC (p < 0.0367) and FEV1 (p < 0.0051). No improvement was seen in EFP (p < 0.059) and FEV1/FVC ratio (p < 0.1263). CONCLUSIONS: In our study, postoperative pain control with bilateral pleural block after urgency median laparotomies was null with saline. With bupivacaine, however, analgesia was not considered fully effective in all patients during movements on bed and deep breathing. Pleural block does not seem to have the same analgesic outcome for all patients.

Keywords