Revista de Saúde Pública (Feb 2010)

Papel da autonomia na auto-avaliação da saúde do idoso Papel de la autonomía en la autoevaluación de la salud del anciano Role of autonomy in self-assessment of health by the elderly

  • Maria das Graças Uchôa Penido Fonseca,
  • Josélia Oliveira Araújo Firmo,
  • Antônio Ignácio Loyola Filho,
  • Elizabeth Uchôa

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000100017
Journal volume & issue
Vol. 44, no. 1
pp. 159 – 165

Abstract

Read online

OBJETIVO: Compreender os significados atribuídos à auto-avaliação da saúde do idoso. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo qualitativo, realizado com 17 idosos (> 70 anos) de ambos os sexos residentes em Bambuí, MG, em 2008. Foi utilizada abordagem antropológica baseada no modelo de signos, significados e ações que relaciona ações individuais, códigos culturais e contexto macrossocial. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas centradas na auto-avaliação da saúde, descrição de saúde "boa" e saúde "ruim" e nos critérios utilizados pelos idosos na auto-avaliação da saúde. ANÁLISE DOS RESULTADOS: A idéia organizadora dos relatos vincula a autoavaliação da saúde do idoso às lógicas "participar da vida" e "ancoragem à vida". A primeira tem a autonomia como fio condutor, englobando as seguintes categorias: permanecer ativo dentro das capacidades funcionais instrumentais avançadas, ser dono da própria vida (como oposição a ser dependente), ser capaz de resolver problemas e poder agir como desejar. A segunda lógica unifica as seguintes categorias: capacidade de interação, estar engajado em relações significativas e poder contar com familiares, amigos ou vizinhos. CONCLUSÕES: A saúde é entendida pelos idosos como ter autonomia no exercício de competências funcionais demandadas pela sociedade, tais como capacidade de responder às obrigações familiares e capacidade de desempenhar papéis sociais. Ao definir sua saúde como boa ou razoável, o idoso não se caracteriza como pessoa livre de doenças, mas como sujeito capaz de agir sobre o ambiente.OBJETIVO: Comprender los significados atribuidos a la auto-evaluación de la salud del anciano. PROCEDIMIENTOS METODOLÓGICOS: Estudio cualitativo, realizado con 17 anciano (>70 años) de ambos sexos residentes en la ciudad de Bambuí, Sureste de Brasil, en 2008. Fue utilizado abordaje antropológica basada en el modelo de signos, significados y acciones que relaciona acciones individuales, códigos culturales y contexto macrosocial. Fueron realizadas entrevistas semi-estructuradas centradas en la auto-evaluación de la salud, descripción de salud “buena” y salud “mala” y en los criterios utilizados por los ancianos en la auto-evaluación de la salud. ANÁLISIS DE LOS RESULTADOS: La idea organizadora de los relatos vincula la autoevaluación de la salud del anciano a las lógicas “participar de la vida” y “anclarse a la vida”. La primera tiene la autonomía como hilo conductor, englobando las siguientes categorías: permanecer activo dentro de las capacidades funcionales instrumentales avanzadas, ser dueño de la propia vida (como oposición a ser dependiente), ser capaz de resolver problemas y poder actuar como se desea. La segunda lógica unifica las siguientes categorías: capacidad de interacción, estar comprometido en relaciones significativas y poder contar con familiares, amigos o vecinos. CONCLUSIONES: La salud es entendida por los ancianos como tener autonomía en el ejercicio de competencias funcionales demandadas por la sociedad, tale como capacidad de responder a las obligaciones familiares y capacidad de desempeñar papeles sociales. Al definir su salud como buena o razonable, el anciano no se caracteriza como persona libre de enfermedades, pero como sujeto capaz actuar sobre el ambiente.OBJECTIVE: To understand the meanings attributed to self-assessment of health by the elderly. METHODS: Qualitative study performed with 17 elderly individuals (> 70 years of age) of both sexes, living in the city of Bambuí, Southeastern Brazil, in 2008. An anthropological approach based on the model of signs, meanings and actions, which associates individual actions, cultural codes and the macro-social context, was used. Semi-structured interviews were conducted, focusing on self-assessment of health, description of health as "good" and "poor" and the criteria used by the elderly to rate their own health. ANALYSIS OF RESULTS: The idea organizing reports associates self-assessment of health by the elderly with the "participating in life" and "being anchored in life" logics. The first logic has autonomy as its basic line of thinking, including the following categories: remaining active within advanced instrumental and functional abilities, being in charge of one's life (as opposed to being dependent on others), being able to solve problems and acting at will. The second logic unites the following categories: being able to interact, being engaged in meaningful relationships and being able to rely on family members, friends and neighbors. CONCLUSIONS: Health is understood by the elderly as having autonomy in the exercise of functional abilities required by society, such as the ability to meet family obligations and the ability to perform social roles. By defining their health as good or fair, the elderly individual is not characterized as someone free from diseases, but rather able to act over the environment.

Keywords