Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (Jan 2000)

Aspectos epidemiológicos da caprinocultura cearense

  • Pinheiro R.R.,
  • Gouveia A.M.G.,
  • Alves F.S.F.,
  • Haddad J.P.A.

Journal volume & issue
Vol. 52, no. 5
pp. 534 – 543

Abstract

Read online

O desenvolvimento da caprinocultura na região Nordeste do Brasil é severamente afetado por inúmeros fatores, entre eles a alta incidência de doenças. Objetivou-se conhecer o atual manejo sanitário empregado e os problemas sanitários existentes na opinião do criador do Ceará. O trabalho foi realizado nas várias regiões criadoras de caprinos de raças leiteiras, nativas ou sem raça definida. Foram selecionadas 127 propriedades onde se aplicou um questionário. A percentagem média de mortalidade de animais foi de 22,8% e 4,6% em jovens e adultos, respectivamente. Os sinais clínicos relatados, por ordem, foram: anemia e edema de barbela (81,9% dos criatórios), diarréia (78,7%), aborto (75,6%), pododermatite (67,7%), linfadenite (66,9%), ectoparasitoses (63,8%), mamite (51,2%), pneumonia (44,9%), lesões vesiculares de pele (35,4%), ceratoconjuntivite (29,1%), problemas de ordem nervosa (26,8%), malformação fetal (15%), criptorquidismo (11%), prolapso de vagina/útero (11%) e artrite (8,7%). Pode-se concluir que o manejo sanitário dos caprinos desses criatórios é precário, independente do tipo de exploração ou regime de criação, a mortalidade de animais, principalmente de jovens, é considerada alta. Mesmo em criatórios com exploração leiteira não existe uma preocupação rigorosa com higiene e qualidade do leite.

Keywords