Acta Médica Portuguesa (Apr 2014)

A Medicina na Obra de Amadeo de Souza-Cardoso

  • Ana Rita Travassos,
  • L. Soares-de-Almeida,
  • Rui Tato Marinho

DOI
https://doi.org/10.20344/amp.5376
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 2

Abstract

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Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), vulto do movimento do Modernismo em Portugal, estudou e iniciou a sua obra em Paris para onde partiu aos 19 anos de idade. Curiosamente, Amadeo consolidou fortes relações de amizade ao longo da sua vida com alguns médicos, seus contemporâneos. O primeiro foi Manuel Laranjeira, médico, poeta e ensaísta, que terá sido determinante na escolha do caminho dos estudos artísticos aos 17 anos de idade. Em 1909, contactou com o dermatologista Paul Alexander e posteriormente o Dr. Martins, que acompanhou o pintor nas Termas das Taipas, por uma dermatose que o impediu de pintar nos últimos tempos de vida. Descrita como um eczema que comprometia as mãos e a face, provavelmente uma dermite de contacto alérgica a tintas ou outros produtos que não chegou a ser esclarecida, com a morte precoce do artista aos 30 anos por ‘febre pneumónica’. As doenças profissionais comprometem a prática de muitas profissões e os artistas plásticos, nomeadamente os pintores, constituem um dos grupos de risco. O contacto com diversos componentes de tintas, diluentes e produtos de limpeza está associado à sensibilização por contacto e os alergenos responsáveis por dermites de contacto alérgicas vão mudando, de acordo com os padrões de utilização e composição dos produtos.