A constituição do Eu em Merleau-Ponty e o estatuto da projeção na psicanálise freudiana
Abstract
Resumo: As reflexões desenvolvidas ao longo do presente artigo se apresentam como desdobramento do texto3 de Alfredo Pereira Jr., mais especificamente sobre a noção de Eu sentiente e do conceito de “projeção”, desde a psicanálise freudiana. Num primeiro momento, analisa-se de que forma Merleau-Ponty, em contraste com as filosofias empirista e racionalista, reformula a noção da subjetividade, num plano fenomenológico e ontológico. O Eu se define não mais por uma sorte de pensamento, ou por uma causalidade de leis físicas e químicas, mas pelo entrelaçamento na carnalidade do mundo. Em seguida, investiga-se a noção de projeção em Freud, a fim de evidenciar como tal conceito ocupa a função de “proteção” para o Eu. A projeção (de)limita o “lugar” necessário para que o Eu possa se desenvolver, conforme mecanismo de defesa. Por fim, sustenta-se que a noção de Eu merleau-pontyano e a projeção freudiana convergem, na medida em que ambas só podem ser pensadas como experiências dentro de um mundo de relações que ocorrem por uma dimensão inconsciente, aproximando-se, assim, com a proposta de Pereira Jr..
Keywords