Millenium (Mar 2024)

Formação de pais: uma iniciativa fundamental em saúde pública

  • Michele Knox

Journal volume & issue
Vol. 2, no. 24

Abstract

Read online

Educar crianças é uma tarefa incrivelmente desafiante e, ao mesmo tempo, extremamente importante. As crianças são altamente sensíveis e influenciadas pelas características e comportamentos parentais, como o afeto e a hostilidade. O impacto substancial da parentalidade no desenvolvimento das crianças, tanto na infância como na idade adulta, tem implicações importantes em aspetos sociais e de saúde pública, como a delinquência, o abuso de substâncias psicoativas, a violência e a criminalidade. Além disso, a parentalidade tem um grande impacto nos resultados académicos e profissionais dos jovens, bem como no desempenho social, nomeadamente entreajuda, partilha e outros comportamentos pró-sociais. Se considerarmos que a parentalidade acontece, para o melhor e o pior, em qualquer família com crianças, torna-se evidente o enorme impacto desta na população em geral. Apesar deste impacto, a parentalidade é objeto de pouco investimento tanto no domínio da saúde pública como no da educação. Os pais simplesmente não são preparados para ser pais, e isto não acontece porque não precisam. Num estudo, 94. % dos pais referiram pelo menos uma necessidade não satisfeita de aconselhamento, apoio ou orientação em matéria de parentalidade (Bethell et al., 2004). Se tivermos em conta o facto de que os efeitos adversos de uma educação parental desadequada e/ou pouco investida persistem durante gerações, torna-se urgente a necessidade de abordar e melhorar a educação parental numa lógica universal. Esta nota parte do princípio que os programas de educação parental são essenciais e podem conduzir a melhorias significativas nos níveis individual, familiar e social.