Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Sep 2024)

O Impacto da Cardiopatia Grave nas Causas de Óbito e Sobrevida após Aposentadoria por Invalidez

  • Cesar Romaro Pozzobon,
  • Gabriel Porto Soares,
  • Ronir Raggio Luiz,
  • Gláucia Maria Moraes de Oliveira

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20240068
Journal volume & issue
Vol. 121, no. 9

Abstract

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Resumo Fundamento: As doenças não comunicáveis são responsáveis por mortes prematuras e limitações. A aposentadoria por invalidez está associada a condições crônicas, especialmente a doenças cardiovasculares. A II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave definiu critérios para enquadramento das doenças cardiovasculares. Poucos estudos abordam esse tema em instituições federais. Objetivos: Avaliar sobrevida e causas de óbito de servidores aposentados por invalidez na UFRJ, com ênfase no impacto da cardiopatia grave. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo baseado nos registros de aposentadorias e óbitos ao longo de 15 anos. As aposentadorias foram divididas em três grupos: integral por cardiopatia grave, integral por outras doenças e proporcional. As causas de óbito foram obtidas a partir das certidões de óbito. Foram avaliadas taxa de mortalidade, sobrevida e a presença de diagnósticos concordantes entre a aposentadoria e o óbito. Foram utilizados testes qui-quadrado, log-rank, modelos de Cox e curvas de Kaplan-Meier. Significância estatística com intervalo de confiança de 95%, considerando p < 0,05. Resultados: Foram 630 aposentadorias, 368 (51,4%) no sexo feminino, com idade média de idade de 52,9 (DP=7,8) anos, e 169 (26,8%) óbitos. A mortalidade foi maior nos professores (37,0%; p=0,113), na faixa etária entre 65 e 70 anos (48,4%; p=0,004), no sexo masculino (34,0%; p=0,001), e nas aposentadorias integrais por cardiopatia grave (41,5%; p < 0,001). Diagnósticos concordantes entre aposentadoria e óbito foram mais frequentes em professores (74,1%; p=0,026) e nas aposentadorias integrais por cardiopatia grave (72,7%; p < 0,001). Conclusões: O diagnóstico de cardiopatia grave confere maior taxa de mortalidade e menor sobrevida aos aposentados por invalidez, e sua presença em maior frequência nos diagnósticos de aposentadoria e óbito ressalta sua importância neste contexto.

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