Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (Dec 2011)

Paralisia facial: análise epidemiológica em hospital de reabilitação Facial paralysis: epidemiological analysis in a rehabilitation hospital

  • Kátia Torres Batista

DOI
https://doi.org/10.1590/S1983-51752011000400009
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 4
pp. 591 – 595

Abstract

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INTRODUÇÃO: A paralisia facial é a perda temporária ou permanente dos movimentos da mímica facial em decorrência do acometimento do nervo facial. São vários os fatores que influenciam a evolução das lesões do nervo facial. Este estudo teve como objetivo avaliar os aspectos epidemiológicos e a frequência de sequelas após paralisia facial em um serviço de reabilitação. MÉTODO: Estudo retrospectivo dos pacientes com paralisia facial atendidos em hospital de reabilitação no período de janeiro de 2001 a janeiro de 2005. As sequelas foram avaliadas quanto a sexo, idade, etiologia, graduação funcional conforme a escala de House-Brackmann, tempo de evolução, seguimento e intervenções cirúrgicas. Para realização da análise estatística utilizou-se o programa Epi-Info versão 3.2.2. RESULTADOS: Foram admitidos para programa de reabilitação 285 pacientes portadores de paralisia facial, sendo 157 do sexo masculino e 128 do feminino. Todos os pacientes se submeteram a programa de reabilitação e 29 (10,2%), a cirurgia. Dentre os pacientes analisados, 80% foram admitidos a partir da terceira semana do surgimento da paralisia, e 121 (42,5%) tiveram recuperação gradual em 3 meses, espontaneamente, com tratamento clínico ou fisioterápico. Por outro lado, 119 (41,8%) pacientes permaneceram com paralisia facial parcial ou completa e irreversível. CONCLUSÕES: Os casos admitidos foram mais frequentes em pacientes com menos de 20 anos de idade, com causas diversas e quando admitidos em graus menores segundo a escala de House-Brackmann, pois muitos deles se associavam a déficits neurológicos consequentes a paralisia facial de origem central ou congênita.BACKGROUND: Facial paralysis is characterized by permanent or temporary loss of facial expression due to facial nerve injury. Several factors influence the development of facial nerve lesions. The purpose of this study was to evaluate the epidemiological aspects and incidence of sequelae after facial paralysis at a rehabilitation institution. METHODS: We performed a retrospective study of facial paralysis patients admitted to a rehabilitation hospital between January 2001 and January 2005. Sequelae were analyzed according to gender, age, etiology, functional status as measured by the House-Brackmann scale, evaluation time, follow-up, and surgical procedures. Statistical analyses were performed with Epi-info 3.2.2 software. RESULTS: A total of 285 facial paralysis patients, 157 male and 128 female, were admitted for a rehabilitation program. All subjects followed a rehabilitation program, and 29 (10.2%) underwent surgery; 80% were admitted during the 3rd week of the paralysis or later, and 121 (42.5%) showed gradual recovery after 3 months, either spontaneously or after clinical or physical therapies. Nevertheless, 119 (41.8%) sustained irreversible partial or complete facial paralysis. CONCLUSIONS: The prevalence of facial paralysis was greater among patients younger than 20 years. Among these patients, paralysis had different causes, and these patients were admitted with lower House-Brackmann grades. Most cases were associated with neurological deficits leading to facial paralysis of central or congenital origin.

Keywords