Psicologia & Sociedade (Aug 2008)

Agentes comunitários de saúde: sentidos acerca do trabalho em HIV/AIDS Community health agents: meanings in HIV/AIDS work

  • Nara Helena Lopes Pereira da Silva,
  • Cármen Lúcia Cardoso

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-71822008000200013
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 2
pp. 257 – 266

Abstract

Read online

Este estudo pretende ampliar discussões sobre o trabalho dos agentes comunitários de saúde, na atenção primária, em relação ao HIV/AIDS. Para tal, o objetivo foi dar visibilidade para os sentidos construídos sobre HIV/AIDS em um grupo com agentes comunitários de saúde. Foi realizada uma entrevista com um grupo de quatro agentes, sendo a mesma gravada, transcrita e analisada na perspectiva do construcionismo social. A análise das narrativas informa como os diferentes sentidos atribuídos ao longo da história da epidemia se fazem presentes nas concepções e no trabalho com HIV/AIDS, a saber: o preconceito ancorado pelo discurso científico; as relações de gênero implicadas no trabalho; os valores contemporâneos atrelados à perfeição e juventude. Destaca-se que tais sentidos construídos conjuntamente na interação grupal, interpretam e constituem o fazer saúde. Assim, conclui-se que a criação de espaços para a troca dialógica entre os profissionais possibilita problematizar sentidos aparentemente cristalizados no que se refere a temática do HIV/AIDS.The present study intends to extend discussions about the community health agents work in the primary attention, concerning HIV/AIDS. For this purpose, the objective was to give visibility to the constructed meanings regarding HIV/AIDS in a group of community health agents. A group interview was conducted with four agents. The interview was tape-recorded, transcribed and analyzed in the perspective of social constructionism. The analysis of the narratives informed how the different meanings attributed throughout the history of the epidemy are present in conceptions and in the work with HIV/AIDS, namely, the prejudice anchored by the scientific discourse; gender issues involved in work relations; contemporary values expressed in the ideals of perfection and youth. We emphasize that these meanings jointly constructed with group interaction, interpret and constitute health care. It is concluded that the creation of spaces for dialogical exchanges among professionals makes possible to question meanings apparently crystallized in relation to the thematic of HIV/AIDS.

Keywords