Semina: Ciências Agrárias (Oct 2017)

Sensibilidade e especificidade do ELISA indireto na detecção de anticorpos anti-BVDV em bovinos de corte criados no Estado do Pará

  • Rinaldo Batista Viana,
  • Aline do Socorro Lima Kzam,
  • Bruno Moura Monteiro,
  • Cláudio Cabral Campello,
  • Eliomar de Moura Sousa,
  • Damazio Campos de Souza,
  • Liria Hiromi Okuda,
  • Edviges Maristela Pituco,
  • José Dantas Ribeiro Filho

Journal volume & issue
Vol. 38, no. 5

Abstract

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Para se estabelecer a prevalência de anticorpos (Ac) anti-BVDV em rebanhos bovinos de corte no Estado do Pará e comparar a prevalência de animais soropositivos para o BVDV utilizando-se um kit comercial de ELISA-I (“Enzyme-linked Immunosorbent Assay” indireto) frente ao teste de VN (virusneutralização) e determinar a Se (sensibilidade) e Sp (especificidade) do ELISA-I para detecção de Ac anti-BVDV frente a VN, foram analisadas 400 amostras de soros sanguíneos de vacas Nelore com idade mínima superior a 24 meses, vacinadas contra brucelose e febre aftosa, provenientes de cinco fazendas no estado do Pará, localizadas em duas Mesorregiões (Metropolitana de Belém e do Nordeste Paraense). A pesquisa de Ac anti-BVDV determinados pela VN foi realizada no Laboratório de Viroses de Bovídeos do Instituto Biológico de São Paulo, conforme descrito no Manual of Diagnostic Tests and Vaccines for Terrestrial Animals. Foram utilizadas células epiteliais de rim bovino da linhagem Madin Darby Bovine Kidney - MDBK). Já as determinações dos Ac anti-BVDV pelo ELISA-I foram realizadas no Laboratório de Imunologia e Microbiologia da Universidade Federal Rural da Amazônia, conforme recomendações do fabricante. Os resultados verificados foram classificados como diagnóstico positivo correto (a), diagnóstico positivo incorreto (b), diagnóstico negativo correto (c), diagnóstico negativo incorreto (d), em função dos resultados obtidos na VN. A partir desses valores, calculou-se para o ELISA-I a sensibilidade [(a / a + d) x 100], a especificidade [(c / c + b) x 100], o valor preditivo positivo [(a / a + b) x 100] e o valor preditivo negativo [(c / c + d) x 100]. Foram determinadas as frequências (%) de animais positivos, tanto entre os testes (ELISA-I e VN) como entre as diferentes fazendas (1, 2, 3, 4 e 5). A estatística de inferência foi realizada com nível de significância de 5%. A prevalência de animais soropositivos foi diferente (P < 0,0001) entre os teste de VN [39,25% (157/400)] e ELISA-I [54,50% (218/400)]. Observou-se que os valores de Se e Sp do ELISA-I corresponderam a 98,72% e 74,07%, e que 25,93% (63/243) das amostras foram falso-positivas e 1,27% (2/157) falso-negativas. Concluiu-se que a infecção pelo BVDV está presente em rebanhos de corte do estado do Pará. Devido à rapidez, praticidade e alta sensibilidade do ELISA-I, sugere-se que este teste seja utilizado como teste de triagem para a detecção de Ac anti-BVDV, visando identificar os animais infectados de grandes rebanhos de bovinos de corte.

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