Sağlık Akademisi Kastamonu (Oct 2022)

NA LINHA DE FRENTE HOSPITALAR: DESAFIOS PARA O TRABALHO E A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DURANTE A PANDEMIA

  • Marianna Matos Santos,
  • Mariá Lanzotti Sampaio,
  • Jamily Cerqueira Etinger Almeida Novais,
  • Cláudia Jesus Pinheiro,
  • Nília Maria Brito Lima Prado,
  • Jéssica Lima Santos Mendes

DOI
https://doi.org/10.25279/sak.1138934
Journal volume & issue
Vol. 7, no. Special Issue
pp. 209 – 210

Abstract

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Introdução: A pandemia da Covid-19 reverberou transformações nos processos de trabalho e das estratégias para enfrentamento dos desafios vivenciados pelos profissionais de saúde nos hospitais. Objetivo: sistematizar, a partir de evidências científicas, mudanças e desafios presentes no processo do trabalho em saúde e as possíveis implicações para a saúde mental dos profissionais da linha de frente durante a pandemia da covid-19. Método: Trata-se de revisão integrativa da literatura com busca e seleção de artigos nas bases de dados, por dois revisores independentes: BVS Regional, PubMed, Scopus e Science Direct, com uso dos descritores ‘challenges’, ‘health work process’, ‘health mental’’, hospital’ e ‘covid-19 pandemic’. Adotou-se como critérios de inclusão artigos completos que abordavam a temática e publicados entre dezembro de 2019 e agosto de 2021. As 180 publicações recuperadas foram arquivadas e após as exclusões (leitura do título/resumo, duplicatas e analise quanto aos critérios de elegibilidade), os 24 artigos (20 estudos transversais e 04 revisões sistemáticas) selecionados foram sistematizadas em uma planilha do Microsoft Excell®, contendo informações relevantes para a categorização, conforme mudanças, desafios ou implicações para a saúde mental. Resultados: O corpus contemplou majoritariamente publicações de natureza quantitativa (79,2%) relacionados a enfermeiros e médicos. Entre os desafios destacaram-se o medo de se contaminar ou contaminar colegas e familiares, preconceito e até mesmo, violência aos trabalhadores hospitalares pela população com medo de se contaminar, necessidade de desenvolver novas habilidades, especialmente nas unidades de internamento hospitalar destinadas ao cuidado específico e escassez de equipamentos de proteção individual (EPI). As principais mudanças relacionaram-se às reorganizações de tarefas, serviços e espaços de trabalho, adaptação dos trabalhadores às contínuas regulamentações (devido à falta de compreensão, tempo, desejo e interpretações divergentes) e às mudanças contínuas dos protocolos assistenciais, devido a atualizações das medidas sanitárias ou de manejo, tratamento ou reabilitação dos usuários. As evidências demonstraram ainda, sentimento de fracasso dado a alta virulência do vírus e ao grande poder de contaminação comunitária, tensões relacionais e dos mecanismos de cooperação em equipe, queda de produção e absenteísmo e níveis elevados de sofrimento psíquico, ansiedade, depressão, aumento de uso de substâncias psicoativas, alteração no sono, Síndrome de Burnout e Transtorno Pós-Traumático. Conclusão: Aponta-se para necessidade de ampliar a atenção à saúde integral dos profissionais de saúde no âmbito hospitalar, em especial, modelos de intervenção com foco na saúde mental dos profissionais de saúde envolvidos na assistência a pacientes com COVID-19 são imprescindíveis para o preparo antecipado a outras crises dessa natureza. Aspectos relacionados à saúde mental e resiliência psicológica dos trabalhadores devem compor políticas de gestão do trabalho em saúde como estratégia central do enfrentamento das adversidades e crises sanitárias e sociais. A síntese de evidências pode contribuir com informações claras que servirão de base para tomada de decisão por gestores e para direcionar o planejamento e implementação de estratégias de atenção psicossocial contínuas e acessíveis para os trabalhadores da saúde, em especial no contexto hospitalar, considerando que os desafios impostos pela pandemia da COVID-19, podem se estender por um período pós-pandemia, denominado como Long Covid.

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