Cadernos de Saúde Coletiva (Jun 2019)

Atendimentos antirrábicos humanos pós-exposição: tendência temporal de sua prevalência no Ceará, de 2007 a 2015

  • Kellyn Kessiene de Sousa Cavalcante,
  • Caroline Mary Gurgel Dias Florêncio,
  • Carlos Henrique Alencar

DOI
https://doi.org/10.1590/1414-462x201900020289
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 2
pp. 182 – 194

Abstract

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Resumo Introdução A principal recomendação para o controle da raiva em humanos é a vacinação profilática. Objetivo Considerando-se a endemicidade da raiva no Brasil e o direcionamento das ações de controle, buscou-se caracterizar a tendência temporal dos atendimentos antirrábicos humanos pós-exposição no Ceará, de 2007 a 2015. Método O estudo é ecológico de tendência temporal e analítico. Os dados das fichas de atendimento antirrábico foram organizados em planilhas e calculados os coeficientes anuais de prevalência. Resultados Houve 231.694 atendimentos antirrábicos, com coeficientes de prevalência crescentes de 2007 a 2011 (35,09 por 10.000 habitantes; APC=13,5; p<0,001) e ápice em 2015 (40,35 por 10.000 habitantes; APC=5,5; p=0,005). Houve um aumento na faixa etária de 20 a 59 anos (APC=14,0; p<0,001), e residentes da zona urbana (APC=7,0; p<0,001). A espécie canina teve tendência crescente de 2007 a 2011 (APC=14,3; p<0,001). Das notificações, 95,8% apresentaram condutas inadequadas, com crescimento nos coeficientes de prevalência de 2007 a 2011 (APC=13,6; p<0,001). Conclusão As condutas profiláticas inadequadas aconteceram mais de 2007 a 2011. A análise temporal, com tendência crescente no período analisado, deve ser utilizada como componente contínuo das ações de vigilância da raiva no Ceará, para assistência adequada e segura aos pacientes vítimas de agressão animal.

Keywords