Revista de Saúde (Aug 2017)
Mastopatia Fibrosa. Relato de caso
Abstract
Os nódulos que não estão ligados ao câncer constituem mastopatias. São benignos e representam a maioria das alterações mamárias. Seu desenvolvimento é bastante comum, contudo, a maioria deles (85%) é benigna. Há vários tipos e razões para se desenvolvem e surgem devido a alterações hormonais que causam o crescimento desordenado nos lóbulos, ductos e no estroma fibroso. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de nódulo benigno em mama direita, enfatizando a relevância da clínica médica no nível primário da atenção à saúde para o seu diagnóstico precoce e para orientações à portadora. N.P.D, feminino, 45 anos, parda, brasileira, três filhos, hipertensa controlada, sedentária, não fumante, relatou à equipe do Projeto Ipiranga, durante uma visita domiciliar, a presença de um caroço na mama direita (quadrante superior lateral). A mama esquerda não apresentava alterações. Linfonodos axilares não palpáveis. No exame clínico, constatou-se presença de massa sólida, forma regular e tamanho em torno de 1 cm, sem retrações do mamilo ou alterações cutâneas e ausência de descarga papilar. Histórico familiar de câncer de mama. Foi prescrito vitamina E, tendo em vista sua participação na formação de todos os tecidos de origem mesodérmica e na manutenção de suas funções, inibindo o crescimento de células malignas. A mamografia digital bilateral evidenciou nódulo oval, circunscrito, medindo 1,2 cm no terço posterior do quadrante superior lateral da mama direita com classificação radiológica (BI-RADS® 0). O laudo da ultrassonografia destacou nódulo com bordas definidas, regulares. Embora a grande maioria dos nódulos sejam benignos e não estejam relacionados ao câncer de mama, é importante a realização de exames. Os nódulos benignos normalmente não precisam de qualquer tratamento, pois não provocam qualquer alteração. Assim, a mastopatia fibrosa benigna, pode ser acompanhada com segurança apenas com exame clínico, sem a necessidade de excisão. É fundamental o controle com avaliações trimestrais, e posteriormente anuais. A atuação do médico do nível primário da atenção à saúde é imprescindível para diagnóstico precoce das desordens benignas e seu diagnóstico diferencial com possível lesão maligna.