EURE (Santiago) - Revista Latinoamericana de Estudios Urbano Regionales (Jan 2013)
Ação e reação: Intervenções urbanas e a atuação das instituições no pós-desastre em Blumenau (Brasil)
Abstract
Em novembro de 2008, no Vale do Itajaí, na Região Sul do Brasil, ocorreu um desastre associado à precipitação extrema de chuvas, que atingiu 1,5 milhões de pessoas, com 135 mortos e cerca de 80.000 desabrigados e desalojados. Após o evento, algumas intervenções foram propostas no Município de Blumenau, tais como, a urbanização da margem do Rio Itajaí-açu, na área central da cidade. O artigo aborda essa proposta de intervenção, a partir das discussões sobre o planejamento territorial pós-desastre e a atuação das instituições na gestão dos recursos naturais e do espaço urbano. O caso mostra que, apesar da necessária reflexão sobre o padrão da ocupação urbana, os desastres tornamse oportunidades para intervenções com caráter de exceção e emergência, sem o devido planejamento e discussão sobre os impactos nos sistemas sociais e ecológicos. A frágil governança deu origem a um conflito entre a Prefeitura Municipal e instituições e atores organizados em torno da proteção ambiental e dos recursos hídricos, o que levou a impasses na intervenção emergencial.In November 2008, in the Itajai Valley in the South Region of Brazil, a disaster occurred with extreme of precipitation affecting 1.5 million people, with 135 dead and around 80,000 displaced or homeless. Afier the event, interventions were proposed in the City of Blumenau such as the urbanization on the margin of the Itajai-açu river in the central area. The paper addresses this intervention within the context of discussions on post disaster territorial planning and institutional performance in natural resource management and urban space. This case shows that despite the necessary reflection on the pattern of urban occupation, disasters become opportunities for interventions characterized as exceptions and emergency, without an adequate planning and discussion about the impacts of the social and ecological systems. The fragile governance resulted in a conflict between the county administration and the institutions and actors organized around environmental protection and the water resources, which has led to a gridlock in the emergency intervention.