Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (Jan 2000)

Apoptose na modulação da resposta inflamatória aos ovos do Schistosoma mansoni

  • Tristão A.R.,
  • Melo A.L.,
  • Vasconcelos A.C.,
  • Grossi F.M.

Journal volume & issue
Vol. 52, no. 6
pp. 586 – 591

Abstract

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Foram estudadas 42 amostras de fígado de camundongos inoculados com cercárias do Schistosoma mansoni, obtidas 40, 60, 80 e 120 dias após a infecção e processadas rotineiramente. As lâminas obtidas foram coradas pela HE para análise qualitativa e morfométrica do número e área dos granulomas e pelo MGP para quantificação de células apoptóticas. Os animais com 40 dias de inoculação possuíam menos granulomas/lâmina ( ou = 11,78±4,01), com áreas pequenas ( ou = 52.713,88±5.244,34mm²) e as menores médias de apoptose ( ou = 7,50±0.99). Os animais com 60 dias de inoculação tiveram os maiores granulomas ( ou = 114.851,20±5.517,20mim²), em maior número ( ou = 92,88±10,62) e freqüente apoptose ( ou = 18,73±1,35). Os com 80 dias de inoculação apresentaram diminuição no tamanho dos granulomas ( ou = 89.305,57±6.162,79mim²), mas grande quantidade deles ( ou = 131,09±15,60) e freqüência maior de apoptose ( ou = 19,93±1,49). Com 120 dias, a apoptose continuou freqüente ( ou = 19,84±1,88), os granulomas eram mais numerosos ( ou = 231,20±34,57), porém menores ( ou = 41.556,58±2.043,60mim²). A ocorrência de apoptose ajuda a explicar a redução na celularidade e a conseqüente diminuição da área dos granulomas. A apoptose foi confirmada histologicamente pela técnica de "tunel". Assim, a apoptose participa da modulação do fenômeno inflamatório do tipo granulomatoso, reacional à embolização de ovos do parasito no fígado. Com a evolução da doença, desenvolve-se uma tolerância imunológica aos antígenos do ovo do Schistosoma mansoni, evidenciada morfologicamente pela diminuição da área média dos granulomas e pela maior freqüência de apoptose nas células componentes do granuloma.

Keywords