Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)
EP-383 - RELAÇÃO ENTRE CASOS DE SÍFILIS GESTACIONAL E SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO AMAZONAS NOS ANOS DE 2019 A 2023
Abstract
Introdução: A Sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável, de notificação compulsória, causada pela bactéria Treponema pallidum. A sífilis também pode ser transmitida durante a gestação ou no momento do parto. Nesse sentido, é imprescindível o acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais a fim de diagnóstico e tratamento precoce. Objetivo: Relacionar os casos notificados de Sífilis Gestacional com Congênita no Amazonas no período de 2019 a 2023. Método: Estudo descritivo e quantitativo a partir da extração de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN). As variáveis selecionadas foram: realização de testes treponêmico e não treponêmico para Sífilis Congênita, realização de pré-natal e evolução dos pacientes nos anos de 2019 a 2023 no estado do Amazonas. Resultados: Durante o período de 2019 a 2023, houve um total de 8.640 casos diagnosticados de sífilis em gestantes no Amazonas, tendo a seguinte distribuição ao longo desses 5 anos: 2019 - 19,6% (1.695); 2020 - 19,9% (1.724); 2021 - 24,1% (2.087); 2022 - 24,9% (2.159) e 2023 - 11,2% (975). Desse total (8.640), foram realizados 6.889 (79,7%) testes treponêmicos e 6.074 (70,3%) testes não treponêmicos nas gestantes, tendo o restante dos testes como não realizados ou ignorado/branco. Acompanhando o mesmo período, houve um total de 2.114 casos diagnosticados de sífilis congênita com a seguinte distribuição: 2019 - 33.3% (706); 2020 - 20,1% (427); 2021 - 18,4% (389); 2022 - 19,4% (411); 2023 - 8,5% (181). Desse total (2.114), foram acompanhados no pré-natal 1.592 (75,3%), tendo 28 (1,3%) óbitos relacionados à sífilis congênita e 12 (0,56%) óbitos por outra causa. Conclusão: A sífilis gestacional e sua íntima relação com a sífilis congênita ainda se faz um importante problema na saúde pública no Amazonas. Dentre o período estudado, foi possível observar um aumento nos casos de sífilis gestacional entre 2019-2022 (+5,3%), tal aumento foi divergente ao comparar com os casos de sífilis congênita no mesmo período (-13,9%). Embora não haja um evento específico que justifique as variações de casos de sífilis gestacional e congênita entre 2022 e 2023, observou-se um decréscimo médio de 38% dos casos. Dessa forma, tais fatos podem ser atribuídos às campanhas de conscientização, medidas de prevenção e tratamento efetivo, bem como o aumento de mulheres que realizaram pré-natal.