Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

Antimicrobianos prescritos para gestantes e puerperas em uma maternidade pública de ensino em Salvador – Bahia

  • Jane Meire Magalhães Carneiro,
  • Gleidson Cardoso Spínola,
  • Milena da Silva Lima,
  • Taiane Candeias da Silva,
  • Geisa de Queiroz Almeida,
  • Núbia de Araújo Paiva

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2017.v2.s1.p.14
Journal volume & issue
Vol. 2, no. s.1

Abstract

Read online

Introdução: Os antimicrobianos constituem um grupo de medicamentos comumente prescrito em hospitais. A resistência aos antimicrobianos é considerada atualmente como um problema de saúde pública, relacionada ao aumento da morbimortalidade dos pacientes hospitalizados e com relevante impacto econômico. A atuação efetiva do profissional farmacêutico em equipe multiprofissional para a escolha racional dos antimicrobianos e a nas discussões clínicas permite detectar problemas sobre as indicações e uso dos antibióticos e gera informações para atualização e implantação de políticas de antimicrobianos. Objetivo: Apresentar os principais antibióticos prescritos em uma maternidade para tratamento ou profilaxia de infecções em puérperas e gestantes e as indicações de uso mais frequentes. Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal realizado em uma maternidade pública de ensino na cidade de Salvador, Bahia, do período de abril de 2016 a março de 2017. Os dados foram extraídos das fichas de antimicrobianos solicitadas antes da liberação do medicamento prescrito. Resultados: Um total de 1091 indicações de uso de antimicrobianos no período. Destas, 38,7% foram de uso profilático e 61,3% de uso terapêutico. As indicações mais frequentes para profilaxia foram Rotura Prematura de Membranas Ovulares – RPMO 43,9%, seguido de Trabalho de Parto Prematuro –TPP 20%, Bolsa Rota 13,6%, Profilaxia de estreptococo do grupo B 4,1%, e profilaxia cirúrgica 3,2%. Houve casos de indicações descritas como profiláticas para situações de necessidade terapêutica: abortamento infectado, infecção do trato urinário - ITU, corioamnionite, sífilis, vulvovaginite fúngica, abscesso cutâneo, endometrite e mastite, com frequência superior a 1%. As indicações mais frequentes para terapêutica foram ITU 23%, Sífilis, 18,2%, Abortamento infectado 10,2%, Corioamnionte 9% e Pielonefrite 7,3%. Dentre as indicações para terapêutica havia 25 casos de RPMO, 3,7%. Os antimicrobianos foram prescritos de forma isolada ou associados. Os antibióticos mais comumente prescritos foram a Ampicilina, usada isoladamente em 288 casos, para situações profiláticas e terapêuticas. Em sequência, tivemos a Penicilina Benzatina com 12%, indicada exclusivamente para sífilis, a Cefalexina 9,5%, Ceftriaxona 6,1%, Cefalotina 4,9% e Cefazolina 3,6%. Os esquemas de antimicrobianos mais prescritos foram compostos por Clindamicina + Gentamicina 10,5% e Ampicilina + Azitromicina 4,7%. Discussão e Conclusão: Para um melhor controle sobre o consumo de antimicrobianos os hospitais devem instituir medidas restritivas com elaboração de políticas de vigilância sobre as prescrições e protocolos de indicação terapêutica. Estas ações conduzem a um uso racional destes medicamentos e possibilitam melhor controle sobre o uso e indução de resistências.