Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-258 - SORO-PREVALÊNCIA DO HTLV-1 E -2 EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA

  • Alice Tobal Verro,
  • Milena Polotto de Santi,
  • Fernanda Modesto T. Binhardi,
  • Cássia Fernanda Estofolete

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104169

Abstract

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Introdução: O HTLV-1 afeta cerca de 10 milhões de indivíduos em todo o mundo, sendo que o Brasil abriga aproximadamente 2,5 milhões de casos de HTLV-1 e -2. A infecção pelo HTLV-1 tem sido associada a uma ampla gama de doenças, incluindo leucemia de células T do adulto (LTA), bem como condições inflamatórias não neoplásicas, como uveíte, artrite reumatoide e síndrome de Sjögren. O conhecimento da prevalência de indivíduos soropositivos não apenas é uma estratégia de prevenção de transmissão, como também pode contribuir para monitoramento de manifestações clínicas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi elucidar a prevalência de HTLV-1 e HTLV-2 em São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil, e fatores correlacionados. Método: Este é um estudo transversal descritivo para investigar a prevalência do vírus HTLV na região de São José do Rio Preto, no período de março de 2015 a maio de 2023. Foram avaliadas 3.943 amostras de soro para presença de anticorpos contra o vírus HTLV. Dados demográficos e clínicos como sexo, idade, sorologia para hepatite B, hepatite C e HIV foram obtidos no banco de dados do Instituto Adolfo Lutz, informados no momento da admissão da amostra. Tais variáveis foram posteriormente submetidas à análise descritiva e inferencial. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando o pacote de software SPSS Statistics. Resultados: Das 3.943 amostras testadas, 52 positivas para HTLV, 31 foram reagentes para HLTV-1 (59,62%), 15 para HTLV-2 (28,85%) e 6 resultaram indeterminadas (11,54%). Os pacientes sororreagentes eram predominantemente adultos (98,08%), com média de idade de 48 anos (± 10,31 anos), variando de 1 a 68 anos, e em sua maioria do sexo masculino (67,31%; p = 0,013). Apenas 10 destas amostras reagentes (19,2%; p < 0,001) não estavam coinfectadas com HIV. Além disso, 22 amostras foram positivas para hepatite C (p = 0,267) e 5 foram reagentes para hepatite B (p < 0,001). Conclusão: Nota-se que dentre as amostras testadas para HTLV, a grande maioria havia sido solicitada justamente para pacientes já com infecção pelo HIV, demonstrando que a infecção por HTLV é lembrada apenas em grupos específicos. Os achados desse estudo demonstram a fragilidade do conhecimento e do monitoramento das infecções pelo HTLV na população em geral.