Revista Ciências em Saúde (Apr 2014)
Residência Médica no Brasil / Medical Residency in Brazil
Abstract
Talvez não exista na história da ciência médica nos últimos cem anos nada mais fascinante do que a vida do Dr.William Stewart Halsted, considerado o mais inovador e influente cirurgião que os Estados Unidos já teve. O número e a magnitude de suas contribuições são surpreendentes. No entanto, a mais importante delas foi a criação da residência médica. Até a abertura do hospital John’s Hopkins em 1889, não havia um sistema formal para treinar cirurgiões nos Estados Unidos. Halsted introduziu um sistema em que médicos formados nas universidades ingressavam em um programa cirúrgico de base hospitalar, ao longo de um período de vários anos, com aumento progressivo de responsabilidades, culminando no último período em independência e autonomia dos jovens médicos. Esse sistema de treinamento se espalhou lentamente em todo o país. Este método de formação foi responsável mais do que qualquer outro fator, pela incrível produtividade que colocou os Estados Unidos na vanguarda da ciência cirúrgica em todo o mundo.1 Em 1890, também na Universidade John’s Hopkins, Willian Osler implantou o sistema de residência médica para a especialização em Clínica Médica. Em 1917, a Associação Médica Americana reconheceu a importância da residência médica e dez anos mais tarde, teve início o credenciamento dos primeiros programas. A partir de 1933, a obtenção de certificado de residência médica passou a ser exigência para o exercício da medicina naquele país.2