Revista Brasileira de Geomorfologia (Mar 2013)

ESTILOS FLUVIAIS E EVIDÊNCIAS DE MUDANÇAS AMBIENTAIS NA PLANÍCIE DO RIO MIRANDA, PANTANAL

  • Eder Renato Merino,
  • Mario Luis Assine,
  • Fabiano do Nascimento Pupim

DOI
https://doi.org/10.20502/rbg.v14i2.246
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 2

Abstract

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O rio Miranda é um importante afluente do rio Paraguai e tem grande parte de seu curso na planície do Pantanal. O rio tem sinuosidade média a alta, sendo do tipo meandrante na maior parte do seu percurso em domínio aluvial. Com base nos padrões do canal e da planície, três segmentos fluviais com diferentes estilos foram caracterizados e descritos. Ainda nos domínios do planalto, o rio forma um cinturão de meandros numa planície agradacional, que está confinada em vale no embasamento cristalino. O rio deixa de correr num cinturão de meandros ao adentrar no Pantanal, para formar um cordão composto por canal e diques marginais que se destaca pela elevação mais alta em relação à planície agradacional, que se torna mais larga ao deixar o vale confinado. Paleocinturões de meandros e grandes meandros abandonados com dimensões superiores às dos canais atuais, existentes nas planícies agradacionais, permitem interpretar importantes mudanças ambientais e paleohidrológicas ocorridas a partir do Pleistoceno tardio. No seu baixo curso o rio volta a correr num cinturão de meandros, porem inciso em depósitos aluviais mais antigos, o que denuncia a natureza degradacional da planície distal do rio. Esta planície é palco da ação erosiva de fluxos de águas em lençol durante as inundações e de incisão por rede de pequenos canais tributários que drenam a planície depois das cheias. A avulsão ocorrida na altura do Morro do Azeite desempenhou importante papel na configuração do traçado do canal atual do rio Miranda, deslocando em 20 km para norte sua foz no rio Paraguai. Palavras Chave – Rio Miranda, Pantanal, rio meandrante

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