Revista de Saúde Pública (Jun 2000)
Marcadores sorológicos de hepatite B em indivíduos submetidos a exames de sangue em unidades de saúde Serological markers of hepatitis B in people submitted to blood testing in health care clinics
Abstract
OBJETIVO: Estudar aspectos da epidemiologia da hepatite B em pessoas submetidas à coleta de sangue em unidades de saúde. MÉTODOS: Indivíduos dos quais se coletou sangue em unidades de saúde de Ribeirão Preto, independentemente do motivo, foram solicitados a fornecer uma quantidade adicional de material, obtida no momento da coleta e submetida à detecção de marcadores de hepatite B. Simultaneamente, por meio de questionário padronizado, foram obtidas informações de possíveis fatores de risco para a doença. Os dados foram analisados por meio de um modelo de regressão logística. RESULTADOS: As prevalências de HBsAg e de anti-HBcAg foram de 0,3% e 13,9%, respectivamente. Os fatores de risco associados à infecção foram: idade, residência na cidade há menos de um ano, antecedente de hepatite, exposição prévia a casas de correção e homo/bissexualismo masculino. CONCLUSÕES: Devido a dificuldades crescentes de obtenção de sangue de indivíduos sadios, essa pode ser uma alternativa para estudos que objetivem fornecer informações sobre a circulação de agentes infecciosos na população. Embora não se possa generalizar os dados obtidos pela metodologia usada, ela traz conhecimento referente à circulação do vírus de hepatite B.OBJECTIVE: To study some of the epidemiological aspects of hepatitis B in a non-representative sample of patients seen in health care clinics. METHODS: The study population comprised 632 patients who were seen at health care clinics in the city of Ribeirão Preto, Brazil, for the purpose of blood testing, regardless the reason. After signing a written consent, an additional amount of blood was drawn from the same venous puncture site used to collect the original sample for the testing assigned to the patient at the health care clinic. A questionnaire was applied to each participant, looking for the presence of risk factors for hepatitis B. The blood samples were tested for HBV markers, using immunoenzimatic techniques. RESULTS: The prevalences of HBsAg and anti-HBcAg were 0.3% and 13.9%, respectively. By a logistic regression model, the following variables were significantly associated with the infection: age, time of residency in the city (higher risk among those living for a period less than one year), past history of hepatitis, incarceration and sexual behavior (higher risk among homosexual and bisexual males). CONCLUSIONS: The growing difficulties in obtaining blood samples from a representative group of patients, as done in classic surveys, make it necessary to look for alternative methodologies which can provide information concerning the presence of infectious agents in a community. Though the results cannot be generalized to the population as a whole, the methodology used conveyed some knowledge regarding the circulation of hepatitis B virus. In addition, it makes much easier to obtain agreement from the participants, since it does not add any invasive procedure. Despite the limitations, this methodology may be helpful in epidemiological surveillance of infectious agents known as producing asymptomatic infections in much of the population.
Keywords