Psicologia em Estudo (Sep 2014)

Habitar as bordas e pensar o presente

  • Katia Aguiar,
  • Felix Berzins

DOI
https://doi.org/10.1590/1413-73725000407
Journal volume & issue
Vol. 19, no. 3
pp. 437 – 448

Abstract

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Em meio à multiplicação das manifestações de rua emergentes no cenário brasileiro, a problematização do presente ganha outros contornos, em que a inauguração de um novo momento da história recente abre o horizonte de possíveis. é nesse atual que as resistências se inscrevem e é nele que as lutas sociais diante dos processos de exploração, opressão e dominação do capitalismo possuem novos territórios de combate. Esse atual reiteradamente adjetivado como novo não surge do vazio, mas dos agenciamentos feitos com as diferentes linhas que compõem a trama dos estratos de poder sedimentados na história da humanidade, de suas cidades e de seus dispositivos ordenadores. O presente artigo busca problematizar esse presente imediato por meio da remontagem na história de algumas linhas-duras que dão contornos às instituições vigentes, expondo o funcionamento e as estratégias dos variados exercícios de poder disciplinar e de controle contemporâneos. Por meio de pistas abertas por Foucault sobre novos dispositivos do ordenamento mundial e da releitura com contornos institucionalistas do conceito de borda desenvolvidos por Mezzadra e Neilson, procuramos por analisadores históricos e quentes para pintar essa cartografia.

Keywords