Revista NERA (Mar 2020)
A lógica destrutiva da mineração em Paracatu-MG
Abstract
Na última década, a extração de minérios no Brasil aumentou vertiginosamente, impulsionada pelo programa neodesenvolvimentista dos governos do Partido dos Trabalhadores. Para se ter ideia, os investimentos estatais no setor, no período que compreende 2011 a 2016, foram superiores a US$ 66 bilhões. Em 2014, somente o estado de Minas Gerais, que historicamente se constitui como o pólo de produção mineral mais importante do país, produziu uma balança mineral da ordem de US$ 14 bilhões. Este cenário de pujança, no entanto, vem sendo responsável por um conjunto de contradições de larga extensão, como tem demonstrado o caso do município mineiro de Paracatu. Nossa pesquisa buscou identificar os impactos sociais e ambientais que vêm sendo provocados pela indústria extrativa mineral neste município. Metodologicamente, configuramos as condições político-econômicas sob as quais a atividade de mineração ganhou centralidade no Brasil; em seguida, identificamos as contradições da expansão desta atividade econômica no município de Paracatu, manifestadas sob a forma de conflitos socioambientais, bem como a eliminação das condições elementares da reprodução social promovida por esta forma destrutiva de expansão de capital.
Keywords