Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Dec 1998)
Quantificação de insuficiência protética mitral por diferentes métodos de avaliação pela ecocardiografia transesofágica Quantification of mitral prosthesis regurgitation by transesophageal echocardiography. Evaluation of different methods
Abstract
OBJETIVO: Avaliar os diferentes métodos de quantificação de insuficiência mitral (IM) ao ecocardiograma transesofágico (ETE) em pacientes com suspeita clínica de disfunção de prótese mitral. MÉTODOS: Foram estudados 15 pacientes, divididos em dois grupos, conforme a presença ou não de IM expressiva (grau importante) ao cateterismo cardíaco (Cate). A IM foi quantificada ao ETE pelos seguintes métodos, habitualmente empregados para IM de valvas nativas: avaliação subjetiva do jato regurgitante ao mapeamento de fluxo a cores, avaliação objetiva com base na área absoluta do jato regurgitante e na sua área relativa (área do jato/área do átrio esquerdo (AE)), e avaliação baseada na presença de fluxo sistólico reverso em veia pulmonar. RESULTADOS: A IM foi predominantemente de origem transprotética (14 pacientes) e de distribuição excêntrica (11 pacientes). Observou-se concordância estatisticamente significante (p7cm²) e relativa (área de jato >35% da área do AE) não mostraram concordância significante com o Cate, com nítida subestimação ao ETE pela área relativa. Houve, porém, concordância significante, quando considerado como IM expressiva, jato cuja área relativa foi >30% da área do AE. CONCLUSÃO: O ETE identificou adequadamente as IM protéticas angiograficamente expressivas, particularmente pelos métodos subjetivo e de fluxo sistólico reverso em veia pulmonar. É necessário cautela na utilização de critérios baseados na área do jato regurgitante, em virtude da subestimação da área na presença de jato excêntrico, freqüente em disfunção de prótese mitral.PURPOSE: To evaluate the different methods for grading mitral regurgitation (MR) by transesophageal echocardiography (TEE) in patients with clinical suspicion of mitral prosthesis dysfunction. METHODS: Cardiac catheterization (Cath) was performed in 15 patients for grading the severity of prosthetic MR, divided in two groups based on the presence or absence of severe MR. Prosthetic MR was quantified by TEE using methods commonly used for MR of native valves: subjective assessment by color Doppler, objective assessment based on absolute jet area and on its relative area (jet area/left atrial area) and assessment based on the presence of systolic flow reversal in pulmonary vein. RESULTS: Prosthetic MR was mostly transprosthetic (14 patients) and eccentric (11 patients). There was significant correlation (p7cm²) and relative (jet area >35% of left atrial area) jet areas did not reveal significant correlation with the angiographic grade and showed clear underestimation by TEE when the last method was used. However, there was good correlation (p30% were considered as cut point. CONCLUSION: TEE correctly identified angiographic severe mitral prosthesis regurgitation, mainly by the presence of systolic flow reversal in pulmonary vein and subjective assessment. The estimation of severity of the prosthetic MR by absolute or relative jet area seems to be limited and should be used with caution due to eccentricity of the regurgitant jet, frequently seen in mitral prosthesis dysfunction.
Keywords