Revista Brasileira em Promoção da Saúde (Feb 2018)
Zinco e risco cardiovascular de pacientes nefropatas em tratamento de hemodiálise
Abstract
Objetivo: Investigar a relação entre concentração de zinco e risco cardiovascular em pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise. Métodos: Estudo analítico, retrospectivo e transversal, realizado em Fortaleza, Ceará, em 2012, do qual participaram 43 adultos com insuficiência renal crônica em hemodiálise (grupo HD) e 35 saudáveis (CO - controle). Coletaram-se dados socioeconômicos e bioquímicos (colesterol total - CT, lipoproteína de baixa densidade - LDL, lipoproteína de muito baixa densidade - VLDL, lipoproteína de alta densidade - HDL e triglicerídeos - TG); determinou-se zinco plasmático por espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado; coletou-se perfil lipídico do grupo HD do prontuário e do grupo CO por meio de kit Bioclin®. Obteve-se colesterol não-HDL pela fórmula: não-HDL = CT – HDL-c. Calculou-se risco cardiovascular pela razão TG/HDL, considerando risco quando >3,8. Análises por meio de testes t de Student, Pearson ou Spearman. Resultados: O zinco do grupo HD encontrou-se abaixo da referência e menor (p<0,001) em relação ao controle (68,40µg/dL e 85,53µg/dL, respectivamente). HDL no grupo HD mostrou-se abaixo da recomendação (39,64±11,58). VLDL (29,02±14,03mg/dL) do grupo HD foi maior (p<0,001) que no CO (15,47±10,65mg/dL). LDL do grupo HD maior que no CO (p=0,05) e o TG no grupo HD (145,14±70,15mg/dL) maior (p<0,001) que no CO (77,35±53,25mg/dL). Encontrou-se razão TG/HDL no grupo HD de 4,02±2,60 (p=0,04), indicando maior risco cardiovascular. Pacientes com maior relação TG/HDL apresentaram menores níveis de zinco (p=0,011). Conclusão: Os pacientes em hemodiálise apresentaram deficiência de zinco e possuíam elevado risco cardiovascular, porém sem correlação entre zinco e perfil lipídico.
Keywords