Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PREVALÊNCIA DE PRESENÇA DE MUTAÇÃO DO GENE V617F JAK2 EM PACIENTES COM NEOPLASIAS MIELOPROLIFERATIVAS PHILADELPHIA NEGATIVO ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA NO SUL DO BRASIL.

  • LPD Santos,
  • MR Sagrilo,
  • G Bellaver,
  • BBC Paula,
  • WF Silva,
  • JC Salvador,
  • V Weber,
  • NM Mottecy,
  • CCD Nascimento

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S499 – S500

Abstract

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Originárias de uma proliferação clonal de um progenitor hematopoiético pruripotencial, as Neoplasia Mieloproliferativas (NMP) constituem um grupo heterogêneo de doenças que cursam com exacerbada hematopoiese com amplificação de uma ou mais linhagens celulares. Como consequência, as manifestações clínicas comuns às patologias que integram este grupo incluem: hipercelularidade da medula óssea, hematopoiese extramedular com esplenomegalia, desenvolvimento de fibrose medular, transformação para leucemia aguda e alto risco de hemorragia ou trombose. Um importantíssimo subgrupo das NMP, refere-se às doenças que não apresentam o gene de fusão BCR-ABL (Philadelphia) – Policitemia Vera (PV), Mielofibrose Primária (MP) e Trombocitemia Essencial (TE). A presença da mutação JAK2 V617F não só representa importante marco de clonalidade nestas patologias, como também é considerada critério maior para diagnóstico do subgrupo BCR-ABL negativo. Dessa forma, a produção de uma proteína alterada com atividade tirosino-quinase pela transcrição do gene mutado JAK2 V617F ativa constitutivamente a via JAK-STAT e outras vias downstream (RAS/MAPK e PI3K/Akt) levando a prejuízo na expressão de genes envolvidos no controle de apoptose e de proliferação celular das linhagens hematopoiéticas. Assim, a alteração genética está diretamente envolvida na elaboração das três doenças citadas que são fenotipicamente distintas em graus variados de prevalência de ocorrência. Em vista disso, o presente trabalho tem por objetivo observar se há concordância entre a literatura médica nacional e internacional entre as taxas de prevalência da mutação JAK2 V617F presentes entre as diferentes doenças que integram as Neoplasias Mieloproliferativas BCR-ABL negativo em um centro de referência de hematologia no sul do Brasil. Para tanto, após cálculo de tamanho amostral (n = 70) da população em análise (N = 209) e da consulta de prontuários do ambulatório de Neoplasias Mieloproliferativas BCR-ABL negativo de um Hospital (Centro de Referência) no sul do Brasil, verificou-se que a taxa de positividade da mutação V617F JAK-2 pelo método de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) nas respectivas doenças PV, MP e TE foi de respectivamente 88, 42,8 e 60%. Portanto, é possível inferir que a taxa de positividade da mutação nas referidas patologias no respectivo Centro de Referência encontra-se em adequação com os dados da literatura internacional e nacional bem como demonstram a qualidade de assistência diagnóstica prestada aos pacientes.