International Journal for Equity in Health (Jan 2023)

Ultra-processed food consumption and metabolic syndrome: a cross-sectional study in Quilombola communities of Alagoas, Brazil

  • Lídia Bezerra Barbosa,
  • Nancy Borges Rodrigues Vasconcelos,
  • Ewerton Amorim dos Santos,
  • Tamara Rodrigues dos Santos,
  • Thays Ataide-Silva,
  • Haroldo da Silva Ferreira

DOI
https://doi.org/10.1186/s12939-022-01816-z
Journal volume & issue
Vol. 22, no. 1
pp. 1 – 15

Abstract

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Resumo Introdução O processamento de alimentos pode causar alterações que os transformam em fatores de risco para doenças crônicas. Um maior grau de processamento de alimentos está associado ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), incluindo a síndrome metabólica (SM). O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e a prevalência de SM e seus fatores de risco, com foco em um grupo populacional especialmente submetido a precárias condições de vida e insegurança alimentar. Método Estudo transversal de base populacional com mulheres (19 a 59 anos) de comunidades Quilombolas de Alagoas. Foram analisadas as variáveis socioeconômicas, demográficas, antropométricas, estado de saúde, estilo de vida e ingestão alimentar (recordatório de 24 horas). A variável dependente foi a SM, definida a partir dos critérios de harmonização do Joint Interim Statement, e seus componentes. Os alimentos consumidos foram categorizados de acordo com a Classificação Nova, assumindo como exposição de risco o maior consumo de AUP. A medida de associação foi a razão de prevalência (RP) e respectivo IC 95%, calculado por regressão de Poisson com variância robusta. Também analisou-se a associação com o Escore Nova de consumo de AUP. Resultados Foram investigadas 895 mulheres (38,9 ± 11,0 anos), das quais 48,3% tinham SM. Em média, 15,9% da ingestão total de energia provinham de AUP. Escores Nova mais baixos foram associados a uma menor prevalência de diabetes e HDL baixo. O maior consumo de AUP se associou a uma prevalência 30% maior de hipertensão arterial (RP = 1,30; IC95%: 1,06-1,61). Conclusão O maior consumo de AUP se associou positivamente à prevalência de hipertensão, enquanto o menor escore Nova foi fator de proteção contra diabetes e baixo HDL. O consumo de AUP nas comunidades Quilombolas é relevante, mas inferior ao observado na população brasileira em geral. Sugere-se a implementação de programas de saúde pública que promovam a alimentação saudável, valorizando os hábitos e tradições alimentares existentes entre os remanescentes Quilombolas brasileiros.

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