Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Feb 2000)
Diagnóstico do oligoâmnio pela ultra-sonografia: uso de diferentes medidas do maior bolsão comparadas ao ILA Diagnostic capacity of oligohydramnios by ultrasound using different measures of the maximum pool depth of amniotic fluid in comparison to AFI
Abstract
Objetivo: comparar a capacidade de diagnosticar oligoâmnio pela ultra-sonografia por meio de diferentes valores do maior bolsão de líquido amniótico, em comparação ao índice de líquido amniótico (ILA), em gestantes normais, de 36 a 42 semanas de gestação. Métodos: realizou-se um estudo descritivo de validação de método diagnóstico, incluindo 875 gestantes normais. Mediante um exame ultra-sonográfico obstétrico de rotina, foi feita a medida do maior bolsão de líquido amniótico para o diagnóstico de oligoâmnio, utilizando como padrão-ouro o índice de líquido amniótico. Os dados foram analisados por meio do cálculo da sensibilidade e da especificidade da medida do maior bolsão de líquido amniótico, utilizando os diferentes pontos de corte de 10, 20 e 30 mm, em comparação aos valores normais do índice de líquido amniótico determinados pelos percentis 2,5 e 10 nas respectivas idades gestacionais. Resultados: a medida do maior bolsão de líquido amniótico apresenta baixa sensibilidade para diagnosticar oligoâmnio quando se adotam os pontos de corte 10 e 20 mm, e boa sensibilidade e especificidade quando se adota 30 mm, quando comparadas às medidas do índice de líquido amniótico nos percentis 2,5 e 10 da curva normal. A sensibilidade e especificidade da medida do maior bolsão são melhores, quando se adota o ponto de corte de 30 mm para diagnosticar oligoâmnio em comparação ao percentil 2,5. Conclusões: a capacidade de diagnosticar oligoâmnio pela medida do maior bolsão é satisfatória apenas com o ponto de corte em 30 mm.Purpose: to compare the capacity of diagnosing oligohy-dramnios by ultrasound using different measures of the maximum pool depth of amniotic fluid in comparison to the amniotic fluid index among normal pregnant women from the 36th to the 42nd week of gestation. Methods: a descriptive study of diagnostic validity was perfomed, on 875 normal pregnant women who were studied through routine obstetric ultrasound examinations, including the measure of the maximum pool depth for the diagnosis of oligohydramnios, using the amniotic fluid index as the gold standard. The data were analyzed through sensitivity and specificity of the maximum pool depth of amniotic fluid using 10, 20 and 30 mm cut-offs, in comparison to the amniotic fluid index values of the normal curve in percentiles 2.5 and 10 for different gestational ages. Results: the maximum pool depth had a poor sensitivity to diagnose oligohydramnios when 10 and 20 mm were used as cut-offs, and good sensitivity and specificity when 30 mm was used, in comparison to the amniotic fluid values in percentiles 2.5 and 10. The best sensitivity and specificity of the maximum pool depth were when found using a 30 mm cut-off in comparison to 2.5 percentile to diagnose oligohydramnios. Conclusions: the capacity to diagnose oligohydramnios by the measure of the maximum pool depth is satisfactory only with the cut-off of 30 mm
Keywords