Revista Brasileira de Anestesiologia (Jan 2003)

Estudo das pressões no interior dos balonetes de tubos traqueais

  • Aranha André Galante Alencar,
  • Forte Vicente,
  • Perfeito João Aléssio Juliano,
  • Leão Luiz Eduardo Villaça,
  • Imaeda Carlos Jogi,
  • Juliano Yara

Journal volume & issue
Vol. 53, no. 6
pp. 728 – 736

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Como não é rotineiro o controle da pressão no interior dos balonetes de tubos traqueais, e não há descrição detalhada na literatura de como mantê-la abaixo dos 30 cmH2O sem utilização de manômetro, decidiu-se verificar as pressões no interior de balonetes de tubos traqueais em pacientes sob intubação traqueal na unidade de terapia intensiva e no cento cirúrgico, testando manobra para manter a pressão no balonete abaixo de 30 cmH2O, mas em níveis mínimos necessários para ciclagem do ventilador sem perda do volume corrente. MÉTODO: Foram estudadas as pressões no interior de balonetes de tubos traqueais de 50 pacientes sob intubação traqueal na unidade de terapia intensiva (Grupo I) e 72 pacientes sob intubação traqueal no centro cirúrgico (Grupo II). Testou-se uma manobra para obter a pressão mínima no interior do balonete do tubo traqueal, necessária para adequada ventilação, sem vazamento de ar. Registrou-se a pressão inicial (P1) no interior dos balonetes dos tubos traqueais utilizando-se manômetro digital graduado em centímetros de água, acoplado a seringa de 15 ml. Aspirou-se secreção da orofaringe. Com o meato acústico externo do examinador próximo da boca do paciente entre 10 e 20 cm, conectou-se o manômetro ao balonete, que foi esvaziado lentamente, até se ouvir ruído em sopro, pelo vazamento do volume corrente no período inspiratório da ventilação artificial. Neste momento, encheu-se lentamente o balonete até o desaparecimento do ruído. Anotou-se a pressão final (P2) do balonete e o volume de ar que restou na seringa do manômetro (V). RESULTADOS: As médias das pressões P1 nos grupos I e II foram 85,3 e 56,2 cmH2O, respectivamente. As médias de pressões P2 nos grupos I e II foram 26,7 e 15,5 cmH2O respectivamente. Após a manobra testada, o desvio padrão baixou de 56,3 para 8,2 no grupo I, e de 48 para 6,7 no grupo II. No grupo I, a manobra reduziu o volume e a pressão dos balonetes em 100% dos pacientes e no grupo II, em 97,3%. CONCLUSÕES: Os dois grupos apresentaram pressões no interior dos balonetes em níveis acima do necessário para ciclagem do ventilador sem perda do volume corrente. A manobra para manter a pressão no interior do balonete em níveis inferiores a 30 cmH2O foi simples e de pequeno custo.

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