Revista Subjetividades (May 2016)
Educador Social: Imagem e Relações com Crianças em Situação de Acolhimento Institucional
Abstract
Este estudo teve como objetivo identificar a imagem que educadores sociais têm da criança em situação de acolhimento institucional e relacioná-la com as ações propostas por estes em espaços de convivência institucional. A investigação ocorreu em uma instituição abrigo (Diadema / SP) que atende crianças vítimas de negligência e/ou maus tratos. Os instrumentos utilizados foram: Teste do Desenho Temático e Observação. A técnica foi aplicada individualmente nas seis educadoras que integravam a instituição. Já a observação foi realizada nos momentos nos quais havia uma única educadora acompanhando o grupo de crianças em atividades de rotina do abrigo. Os dados obtidos com cada uma das educadoras foram analisados separadamente e posteriormente integrados aos registros da Observação. Na continuidade, uma síntese conclusiva foi elaborada para cada uma das participantes do estudo. Os resultados denotam falta de energia vital e ausência de contato afetivo com as crianças. Observa-se a predominância de educadoras com uma concepção do abrigo como um lugar provisório e inapropriado para o desenvolvimento da criança e descomprometidas com a tarefa de educá-las. O ambiente institucional parece favorecer a emergência de sentimentos de insegurança e inadequação e a ausência de perspectivas positivas para o futuro das crianças abrigadas. Esses sentimentos geram ansiedade, da qual se defendem por meio do uso de racionalização e do excessivo controle sobre o comportamento das crianças, desse modo impossibilitando uma interação mais favorável. As educadoras, em sua relação com as crianças, se configuram em modelos de identificação que, se bem elaborados, apontariam para uma instituição mais criativa, educativa e saudável.