Pensar Enfermagem (Jun 2025)

Autonomia Reprodutiva de Mulheres Negras: Revisão de Escopo

  • Eliana do Sacramento de Almeida ,
  • Ueigla Batista da Silva,
  • Silvia Lúcia Ferreira,
  • Evanilda Souza de Santana Carvalho,
  • Sânzia Bezerra Ribeiro,
  • Flávia Karine Leal Lacerda

DOI
https://doi.org/10.71861/pensarenf.v28isup.369
Journal volume & issue
Vol. 28, no. Sup

Abstract

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Introdução A autonomia reprodutiva refere-se ao poder de decidir e controlar as questões relacionadas à contracepção, gravidez e maternidade. Esse é um tema historicamente negligenciado, especialmente no caso das mulheres negras, que são frequentemente marcadas pela opressão e pela negação do direito de controlar sua capacidade reprodutiva, sendo expostas aos efeitos das discriminações de gênero, raça, sexualidade e origem. Objetivo Mapear o conhecimento produzido sobre Autonomia Reprodutiva de Mulheres Negras. Métodos Revisão de escopo baseada na estratégia mnemônica PCC, onde População: mulheres negras, Conceito: autonomia reprodutiva e Contexto: global. As buscas foram realizadas nas bases SciELO, Scopus, Web of Science, BVS Saúde (BDENF, LILACS, MEDLINE) e Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), em abril de 2024. Foram incluídos textos completos, em todos os idiomas, sem recorte temporal. Foram excluídos os textos que não abordavam a temática, estavam incompletos e/ou indisponíveis para acesso aberto. Resultados Foram selecionadas 18 publicações. Os resultados evidenciaram que, embora os direitos humanos estejam assegurados por lei, eles estão longe de ser garantidos às mulheres, especialmente às mulheres negras. Fatores sociais, econômicos, culturais, religiosos e familiares interferem nas escolhas reprodutivas dessas mulheres, impedindo-as de exercer a liberdade sobre seus corpos e vontades, além de implicar em riscos à saúde sexual e reprodutiva. Há um consenso sobre a necessidade de apoio às mulheres negras, visando à prevenção da coerção e ao suporte para ampliar a consciência e o exercício da autonomia reprodutiva. Adicionalmente, há uma lacuna científica na conceitualização e análise da autonomia reprodutiva e dos fatores associados. Conclusão Reconhecer e combater o racismo como um determinante da autonomia reprodutiva das mulheres negras é crucial para alcançar a justiça reprodutiva, sendo assim, necessário o desenvolvimento de novos estudos para aprofundar a temática em questão.

Keywords