Letras de Hoje (Jan 2004)

Por que gosto de Benveniste?: (um ensaio sobre a singularidade do homem na língua)

  • Flores, Valdir do Nascimento

Journal volume & issue
Vol. 39, no. 4
pp. 217 – 230

Abstract

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Objetiva-se, com este texto, apresentar argumentos que permitam ver no conjunto da obra de Émile Benveniste elementos que integram um sistema de pensamento. Tal sistema de pensamento está na dependência de uma rede complexa de relações que constituem a noção de língua na obra do autor. Percebe-se, na amplitude de sua obra, diferentes interesses: (a) pelos diferentes enfoques da língua em seus aspectos gerais, enunciativos, comparatistas, entre outros; (b) pelas estruturas lingüísticas - sintáticas, fonológicas, morfológicas-; (c) pela língua em relação com a antropologia, a cultura, a psicanálise, a filosofia, etc. Assim, defende-se a hipótese de que todos esses trabalhos - que dão lugar a tantas abordagens - têm em comum o fato de estarem ancorados em concepções com amplitude suficiente para fundamentar a perspectiva de uma interdisciplinaridade que pode ser, em última instância, calcada na idéia de língua. Em suma, busca-se lançar as bases de uma pesquisa que objetiva derivar um conceito de língua que permita abordar o que, neste momento, será nomeado com a singularidade do repetível na sua relação com o sintoma na linguagem

Keywords