Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO ATENDIDOS NO HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA

  • IV Barreto,
  • BMD Nogueira,
  • FMCP Pessoa,
  • APL Moreira,
  • GFSB Rocha,
  • JC Medeiros,
  • AR Maciel,
  • MEA Moraes,
  • MOM Filho,
  • CA Moreira-Nunes

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S423

Abstract

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Objetivo: Dentro de 45 anos o mieloma múltiplo (MM) teve um aumento em suas taxas de incidência global de 143%. Com isso, o objetivo deste trabalho é avaliar dados epidemiológicos de pacientes que chegam com suspeita de MM no Hospital Geral de Fortaleza. Metodologia: Estudo retrospectivo do tipo descritivo observacional, com seleção de dados clínicos, envolvendo prontuários de pacientes diagnosticados com mieloma múltiplo e classificados de acordo com o International Staging System (ISS) atendidos no Hospital Geral de Fortaleza, entre o período de 2022 a 2023, mediante aprovação do comitê de ética da Universidade Federal do Ceará (Nº4.798.575). Resultado: Dos 86 pacientes atendidos com suspeita de MM, apenas 48 foram diagnosticados com a doença. A idade média ao diagnóstico dos pacientes foi de 62,47 anos (desvio padrão de ±10,23 anos) e mediana de 63 anos. Com predominio de pacientes do sexo masculino, totalizando 26 (54,17%) pacientes, e 22 (45,83%) pacientes do sexo feminino. Dado a estratificação, 21 foram caracterizados como de alto risco (ISS 3), 5 como de risco padrão (ISS 1) e apenas 4 como de risco intermediário (ISS 2), enquanto a caracterização dos outros 18 pacientes não foi possível. Com relação à região habitada pelos portadores da doença, 31 pertenciam à Fortaleza e região metropolitana, enquanto apenas 17 pertenciam à zona rural do Ceará. Discussão: Mesmo que no ano de 2020 tenha sido previsto um total de 5.655 casos de MM no Brasil segundo o Global Cancer Observatory (GLOBOCAN), é possível observar um valor considerável de novos casos de MM dentro de um curto período de tempo no estado do Ceará. Estes pacientes apresentam dados condizentes com a literatura como a média de idade, 65 anos, e a proporção de pacientes acometidos sendo mais homens do que mulheres. Entretanto, os dados encontrados dos pacientes estratificados não corroboram com o apresentado na literatura, onde se espera o maior enquadramento dos pacientes no risco intermediário, entretanto a menor porcentagem observada foi o grupo intermediário e o grupo de maior quantificação sendo o grupo de alto risco. A respeito da região habitada pelos pacientes, o observado condiz com o estudo de Rajabli et al. (2013) realizado no Irã onde as menores taxas também estavam presentes na região rural. Conclusão: O predomínio de pacientes de alto risco revela uma característica diferencial da população, sendo algo a ser investigado, assim como a prevalência de pacientes provenientes da capital, o que pode auxiliar a esclarecer a origem e os fatores de risco a que a população geral está exposta.