Residência Pediátrica (Jun 2024)
Intervenção no apego inseguro para o tratamento da dor crônica idiopática em Pediatria
Abstract
INTRODUÇÃO: A dor crônica é um agravo de saúde pública com elevada prevalência em crianças e adolescentes. Acarreta elevados custos em saúde e grave prejuízo à qualidade de vida dos pacientes e suas famílias. Desde a década de 1950, tem-se evidenciado que o apego ao(à) cuidador(a) primário(a) da criança é crucial para a saúde global dos indivíduos e pode interferir no surgimento de várias afecções mentais e físicas, inclusive dor crônica. RELATO DOS CASOS: Duas adolescentes com história de dor crônica mista, idiopática e incapacitante há mais de dois anos, culminando em internação hospitalar. Receberam abordagem interdisciplinar nas primeiras 24 horas da admissão, com destaque para a Psicologia, que, desde o primeiro contato, identificou fatores estressores significativos na infância de ambas, inclusive a insegurança do apego, e as submeteu a técnicas vivenciais, de relaxamento e de reparentalização limitada, resultando em diminuição da intensidade da dor, da necessidade de analgésicos e da incapacitação logo nos primeiros dias da admissão e, consequentemente, na alta hospitalar. CONCLUSÃO: A dor crônica idiopática em Pediatria deve ser abordada, desde o princípio, por equipe interdisciplinar. Deve-se reconhecer que o componente psicológico, especialmente o aspecto do apego inseguro, pode ser de grande importância na etiopatogenia, perpetuação e gravidade da dor crônica em muitos pacientes, de modo que abordá-lo é fundamental para o sucesso terapêutico. Além de acelerar a recuperação da funcionalidade e do bem estar dos afetados, essa estratégia tem o potencial de reduzir os custos em saúde.
Keywords