Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (Feb 2024)

Gerir a doença pulmonar obstrutiva crónica em cuidados de saúde primários: impacto da reabilitação pulmonar

  • Guilherme Oliveira,
  • Rita Félix,
  • Pedro Ruivo dos Santos,
  • Luís ´Monteiro,
  • Cristina Tejo

DOI
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13749
Journal volume & issue
Vol. 40, no. 1
pp. 58 – 67

Abstract

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Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é a terceira causa de mortalidade a nível global. O tratamento foca-se na melhoria da qualidade de vida, atraso da progressão da doença e redução das exacerbações. Neste contexto, o benefício da reabilitação respiratória tem vindo a ser verificado. Esta medida não farmacológica pode ser implementada na comunidade, no contexto dos cuidados de saúde primários. Objetivos: Esta revisão sistemática propôs-se a fazer um levantamento da evidência atual sobre o impacto da reabilitação pulmonar na qualidade de vida dos doentes com DPOC, num contexto de cuidados de saúde primários. Métodos: Foram pesquisados estudos randomizados controlados em três bases de dados. Foi incluída a reabilitação pulmonar realizada na comunidade e excluídas intervenções em contexto hospitalar. Foi considerado como resultado primário a qualidade de vida relacionada com a saúde comparando com a terapêutica padrão da DPOC. A extração e triagem de dados foi efetuada por três autores, de forma independente. Avaliou-se o viés pela Cochrane Risk of Bias Tool. Resultados: Quatro estudos corresponderam aos critérios de pesquisa. Três estudos reportaram benefício em pelo menos um dos resultados. A frequência e duração da reabilitação pareceram ter algum impacto nos resultados. A mortalidade foi mais alta nos grupos de controlo. Os estudos incluídos tinham limitações importantes, nomeadamente a incapacidade de realizar intervenções cegas. Conclusões: A reabilitação pulmonar em cuidados de saúde primários melhora a qualidade de vida e capacidade funcional na DPOC. A duração, frequência e modalidade ótimas da intervenção não estão definidas e poderão depender de características individuais. Embora o paradigma não se altere, espera-se que esta revisão fomente o interesse na intervenção.

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